RELATO DE EXPERIÊNCIA: ESTUDANTES DA SAÚDE REFLETINDO SOBRE A MEDICALIZAÇÃO DA SOCIEDADE

Autores/as

  • Paula Yuri Sugishita Kanikadan Doutora em Saúde Pública
  • Andréa Yumi Sugishita Kanikadan Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Resumen

RESUMO: INTRODUÇÃO: Os processos de ensino-aprendizagem na área da saúde tornam-se mais robustos quando estudantes são desafiados a refletir sobre os processos de trabalho em saúde, para além do cumprimento de protocolos e fluxos de atendimento. Neste sentido, as ciências sociais em saúde vêm para ampliar os processos formativos destes graduandos. Dentro deste aporte teórico, um dos temas muito explorados na literatura é a medicalização da sociedade, a qual envolve diversos atores sociais, como os usuários dos serviços de saúde, os profissionais de saúde, o mercado e o Estado. OBJETIVO: Mostrar como a medicalização da sociedade é entendida por estudantes de saúde. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência em sala de aula com graduandos de diversas áreas da saúde na unidade curricular Saúde e Sociedade. Estudantes foram estimulados a realizar imagens gráficas sobre o conteúdo de ciências sociais em saúde abordado no semestre. O material produzido foi analizado à luz do referencial teórico adaptado de Bardin. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Os resultados apontam para conexões da medicalização com a disponibilidade de medicamentos no mercado, a automedicação e o próprio uso de medicamentos pela população brasileira. CONCLUSÕES: A experiência vivida em sala de aula mostrou que estes graduandos apresentam preocupações reais com a saúde da população brasileira, do qual o medicamento, seu uso e os temas envolvidos com ele são as grandes questões que os intrigam.

Citas

PEDUZZI, M.; SCHRAIBER, L.B. Processo de trabalho em saúde. Em: Dicionário da Educação Profissional em Saúde. Verbetes FIOCRUZ/Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes.html. Acesso em 27/09/2017.

MITRE, S.M. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, supl. 2, p. 2133-2144, 2008.

CECCIM, R.B.; FEUERWEKER, L.C.M. Mudança na graduação das profissões de saúde sob o eixo da integralidade. Cadernos de Saúde Pública, 20(5), 1400-1410; 2004.

BERBEL, N.A.N. A problematização e a aprendizagem baseada em problemas. Interface -Comum. Saúde Educ.1998; 2:139-154.

IANNI, A.M.Z.; SPADACIO, C.; BARBOZA, R.; ALVES, O.S.F.; VIANA, S.D.L.; ROCHA, A.T. Trajetórias profissionais na constituição das Ciências Sociais e Humanas em Saúde na Abrasco. Physis: Revista de Saúde Coletiva, vol.24 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2014.

OLIVEIRA, M.A.; BERMUDEZ, J.A.Z.; OSORIO-DE-CASTRO, C.G.S. Assistência farmacêutica e acesso a medicamentos. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 113 pgs., 2006.

TESSER, C.D. Medicalização social (I): o excessivo sucesso do epistemicídio moderno na saúde. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.10, n.19, p.61-76, 2006.

ILLICH, I. A expropriação da saúde: nêmesis da medicina. 4.ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1975.

VERGARA, S.C. Métodos de Pesquisa em Administração. São Paulo: Editora Atlas, 6a. ed., 2015.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.

SANTOS, R.I.; FARIAS, M.R.; PUPO, G.D.; TRINDADE, M.C.N.; DUTRA, F.F. Políticas de saúde e acesso a medicamentos. Em: Assistência farmacêutica no Brasil: política, gestão e clínica. Florianópolis: Editora UFSC, vol. 1, 230 pgs., 2016.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. 1998World Health Organization. The Role of the Pharmacist in Self-Care and Self-Medication, 17 pgs, 1998.

BUSS, P.M.; Pellegrini Filho, A. A Saúde e seus Determinantes Sociais. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 17(1):77-93, 2007.

ARRAIS, P.S.D.; COELHO, H.L.L.; BATISTA, M.C.D.S.; CARVALHO, M.L.; RIGHI, R.E.; ARNAU, J.M. Perfil da automedicação no Brasil. Rev. Saúde Públ, 1997; 31 (1): 71-77.

NAVES, J.O.S.; Castro LLC; Carvalho CMS; Merchán-Hamann E. Automedicação: uma abordagem qualitativa de suas motivações. Ciência & Saúde Coletiva 2010; 1751-1761.

Loyola Filho AI, Uchoa E, Guerra HL, Firmo JOA, Lima-Costa MF. Prevalência e fatores associados à automedicação: resultados do Projeto Bambuí. Rev Saúde Públ 2002; 36 (1): 55-62.

VIANNA, L.A. Processo Saúde-Doença. Módulo Político Gestor, UNASUS/UNIFESP, 21 p., s/d.

(Luz & Barros, 1996) [19],

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS, Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Educação Popular e Saúde. Brasília: DF, 76 p., 2007.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Publicado

2017-12-20

Cómo citar

Kanikadan, P. Y. S., & Kanikadan, A. Y. S. (2017). RELATO DE EXPERIÊNCIA: ESTUDANTES DA SAÚDE REFLETINDO SOBRE A MEDICALIZAÇÃO DA SOCIEDADE. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, 4(2). Recuperado a partir de https://periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/1450

Número

Sección

Relatos de Experiência