FATORES ASSOCIADOS AO CONSUMO REGULAR DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS DURANTE A GESTAÇÃO EM RIO BRANCO, ACRE

Autores

  • Bárbara Cameli Universidade Federal do Acre
  • Yara Lima Universidade Federal do Acre
  • Fernanda Martins Universidade Federal do Acre
  • Débora Aguiar
  • Andréia Andrade Universidade Federal do Acre
  • Alanderson Ramalho Universidade Federal do Acre
  • Rosalina Koifman Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz

Palavras-chave:

Frutas, Verduras, Consumo de Alimentos, Gravidez

Resumo

A nutrição inadequada pode afetar a saúde materna e aumentar o risco de complicações durante a gestação, sendo assim, é importante que sejam ofertados substratos nutricionais suficientes para que possam permitir o crescimento e desenvolvimento intrauterino. Como o consumo regular de frutas, legumes e verduras é um importante marcador de uma alimentação saudável, o objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados ao consumo regular de frutas, legumes e verduras durante a gestação no município de Rio Branco, Acre. Para isto, realizou-se estudo transversal de base populacional, com 1187 parturientes pertencentes a uma coorte materno-infantil em Rio Branco, capital do Estado Acre, Brasil. A coleta de dados ocorreu nas duas únicas maternidades da capital. Foi considerado consumo regular de frutas, legumes e verduras, o consumo desse grupo de alimentos em cinco ou mais dias na semana, e os fatores associados a este consumo foram identificados por meio de regressão logística múltipla. A prevalência do consumo regular de frutas, legumes e verduras na gestação foi de 22,1% (IC95%:19,7-24,5). O consumo regular foi associado diretamente com ter 7 ou mais bens de consumo e utilidades domésticas, praticar atividade física na gestação, uso de suplementos vitamínicos durante a gestação, renda maior ou igual a um salário mínimo; e foi associado inversamente a utilização de cigarros na gestação e a participação em programa de transferência de renda.

Referências

[1] PICCIANO, M. F. Nutrient composition of human milk. Pediatric Clinics of North America, v. 48, n. 1, p. 53–67, fev. 2001.

[2] ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE (OPAS); ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília: [s.n.], 2003. Disponível em: https://opas.org.br/wpcontent/uploads/2015/09/d_cronic.pdf

[3] ROLLS, B. J.; ELLO-MARTIN, J. A.; TOHILL, B. C. What can intervention studies tell us about the relationship between fruit and vegetable consumption and weight management? Nutrition Reviews, v. 62, n. 1, p. 1–17, jan. 2004.

[4] WORLD HEALTH ORGANIZATION; FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATION (EDS.). Diet, nutrition, and the prevention of chronic diseases: report of a WHO-FAO Expert Consultation ; [Joint WHO-FAO Expert Consultation on Diet, Nutrition, and the Prevention of Chronic Diseases, 2002, Geneva, Switzerland]. Geneva: World Health Organization, 2003.

[5] MENDIS, S.; WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global status report on noncommunicable diseases 2014. Geneva: World Health Organization, 2014.

[6] WANG, M.; WANG, Z.P.; GAO, L.J.; YANG H.; ZHAO, Z.T. Maternal consumption of non-staple food in the first trimester and risk of neural tube defects in offspring. Nutrients, v. 7, n. 5, p. 3067–3077, maio 2015.

[7] ZHANG, X.; SHU, X.O.; XIANG, Y.B.; YANG, G.; LI, H.; GAO, J.; CAI, H.; GAO, Y.T.; ZHENG, W. Cruciferous vegetable consumption is associated with a reduced risk of total and cardiovascular disease mortality. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 94, n. 1, p. 240–246, 1 jul. 2011.

[8] NGUYEN, B.; BAUMAN, A.; GALE, J.; BANKS, E.; KRITHARIDES, L.; DING, D. Fruit and vegetable consumption and all-cause mortality: evidence from a large Australian cohort study. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v. 13, n. 1, p. 9, 25 jan. 2016.

[9] NICKLETT, E.J.; SEMBA, R. D.; XUE, Q.L.; TIAN, J.; SUN, K.; CAPPOLA, A.R.; SIMONSICK, E.M.; FERRUCCI, L.; FRIED, L.P. Fruit and Vegetable Intake, Physical Activity, and Mortality in Older Community-Dwelling Women. Journal of the American Geriatrics Society, v. 60, n. 5, p. 862–868, 2012.

[10] BOFFETTA, P. et al. Fruit and Vegetable Intake and Overall Cancer Risk in the European Prospective Investigation Into Cancer and Nutrition (EPIC). JNCI: Journal of the National Cancer Institute, v. 102, n. 8, p. 529–537, 21 abr. 2010.

[11] WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases : report of a WHO study group [meeting held in Geneva from 6-13 March 1989]. [s.l.] World Health Organization, 1990.

[12] BLOCK, G.; WOODS, M.; POTOSKY, A.; CLIFFORD, C. Validation of a self-administered diet history questionnaire using multiple diet records. Journal of Clinical Epidemiology, v. 43, n. 12, p. 1327–1335, 1 jan. 1990.

[13] BLANCK, H. M. et al. Trends in fruit and vegetable consumption among U.S. men and women, 1994-2005. Preventing Chronic Disease, v. 5, n. 2, p. A35, abr. 2008.

[14] BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016. p. 160, 2017.

[15] MOURA SOUZA, A. DE et al. Avaliação dos marcadores de consumo alimentar do VIGITEL (2007-2009). Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 14, p. 44–52, set. 2011.

[16] RAMALHO, A. A.; DALAMARIA, T.; SOUZA, O. F. DE. Regular consumption of fruits and vegetables by university students in Rio Branco, Acre State, Brazil: prevalence and associated factors. Cadernos de Saúde Pública, v. 28, n. 7, p. 1405–1413, jul. 2012.

[17] GOMES, C. DE B. et al. Práticas alimentares de gestantes e mulheres não grávidas: há diferenças? Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 37, n. 7, p. 325, 2015.

[18] MALTA, M. B. et al. Utilização das recomendações de nutrientes para estimar prevalência de consumo insuficiente das vitaminas C e E em gestantes. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 11, n. 4, p. 573–583, dez. 2008.

[19] MARTINS, A. P. B.; BENICIO, M. H. D. Influência do consumo alimentar na gestação sobre a retenção de peso pós-parto. Revista de Saúde Pública, v. 45, n. 5, p. 870–877, out. 2011.

[20] WILKINSON, S. A.; MILLER, Y. D.; WATSON, B. Prevalence of health behaviours in pregnancy at service entry in a Queensland health service district. Australian and New Zealand Journal of Public Health, v. 33, n. 3, p. 228–233, jun. 2009.

[21] WEN, L. M. et al. Dietary behaviours during pregnancy: findings from first-time mothers in southwest Sydney, Australia. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v. 7, n. 1, p. 13, 3 fev. 2010.

[22] GOMES, C.B.; MALTA, M.B.; PAPINI, S.J.; BENÍCIO, M.H.A.; CORRENTE, J.E.; CARVALHAES, M.A.B.L. Adherence to dietary patterns during pregnancy and association with maternal characteristics in Brazilian pregnant women. Nutrition, n. 62, p.85-92., 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30856399

[23] DAMIANI, T. F.; PEREIRA, L. P.; FERREIRA, M. G. Consumo de frutas, legumes e verduras na Região Centro-Oeste do Brasil: prevalência e fatores associados. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p. 369–382, fev. 2017.

[24] BORGES, C. A. et al. Quanto custa para as famílias de baixa renda obterem uma dieta saudável no Brasil? Cadernos de Saúde Pública, v. 31, n. 1, p. 137–148, jan. 2015.

[25] BIGIO, R. S. et al. Determinantes do consumo de frutas e hortaliças em adolescentes por regressão quantílica. Revista de Saúde Pública, v. 45, n. 3, p. 448–456, jun. 2011.

[26] BARROS, D. C. DE et al. Food consumption by pregnant adolescents in Rio de Janeiro, Brazil. Cadernos de Saúde Pública, v. 20, p. S121–S129, 2004.

[27] SILVEIRA, E. A. et al. Baixo consumo de frutas, verduras e legumes: fatores associados em idosos em capital no Centro-Oeste do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, p. 3689–3699, dez. 2015.

[28] TASSITANO, R. M. et al. Clustering of physical inactivity and low fruit and vegetables intake and associated factors in young adults. Revista de Nutrição, v. 27, n. 1, p. 25–44, jan. 2014.

[29] BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE; SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Vigitel Brasil 2008: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. 2009.

[30] BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia alimentar para a população brasileira. p. 176, 2014.

[31] LEVY, R. B. et al. Consumo e comportamento alimentar entre adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2009. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p. 3085–3097, out. 2010.

[32] PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. 3a ed. São Paulo: Editora Manole, 2014.

[33] ROSA, R. L. DA; MOLZ, P.; PEREIRA, C. S. Perfil nutricional de gestantes atendidas em uma unidade básica de saúde. Cinergis, v. 15, n. 2, 30 dez. 2014.

[34] BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigitel Brasil 2015: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2015. 2015.

[35] GOVERNO DO ACRE. Acre: A grande cheia. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cindra/audiencias-publicas/audiencias-publicas-2015-1/19-3-2015/apresentacao-do-governo-do-acre/governo%20do%20acre.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2018.

[36] CASTRO, M. B. T. et al. Sociodemographic characteristics determine dietary pattern adherence during pregnancy. Public Health Nutrition, v. 19, n. 7, p. 1245–1251, 2015.

[37] CARVALHAES, M. A. DE B. L. et al. Atividade física em gestantes assistidas na atenção primária à saúde. Revista de Saúde Pública, v. 47, n. 5, p. 958–967, out. 2013.

[38] CARNIEL, E. DE F. et al. Determinants for low birth weight according to Live Born Certificates. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 11, n. 1, p. 169–179, mar. 2008.

[39] CUCÓ, G. et al. Dietary patterns and associated lifestyles in preconception, pregnancy and postpartum. European Journal of Clinical Nutrition, v. 60, n. 3, p. 364–371, mar. 2006.

[40] SZWAJCER, E. M. et al. Nutrition-related information-seeking behaviours before and throughout the course of pregnancy: consequences for nutrition communication. European Journal of Clinical Nutrition, v. 59 Suppl 1, p. S57-65, ago. 2005.

[41] PEREIRA, R. C. et al. Food intake, nutritional status and socioeconomic profile of women attending a public service. Journal of Nursing UFPE, v. 8, n. 9, p. 3090–3098, 12 ago. 2014.

Downloads

Publicado

2020-07-28

Como Citar

Cameli, B., Lima, Y. ., Martins, F., Aguiar, D., Andrade, A., Ramalho, A., & Koifman, R. (2020). FATORES ASSOCIADOS AO CONSUMO REGULAR DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS DURANTE A GESTAÇÃO EM RIO BRANCO, ACRE. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, 7(2), 375–387. Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/3411

Edição

Seção

Artigos Originais Ciências da Saúde