A APROPRIAÇÃO DO CONCEITO DE SERES VIVOS POR ESTUDANTES SURDOS NA ABORDAGEM BILÍNGUE
Abstract
A Língua Brasileira de Sinais é importantíssima para o desenvolvimento do pensamento abstrato e na formação de conceitos científicos pelo aluno surdo. Dessa forma, esta pesquisa objetivou identificar as concepções de seres vivos por estudantes surdos matriculados no 4º ano do ensino fundamental de uma escola bilíngue de Campo Grande/MS. A pesquisa utilizou abordagem qualitativa e entrevista semi – estruturada como instrumento de coleta de dados. A pesquisa contextualiza o leitor a respeito do histórico da educação de Surdos, passando pelas abordagens de exposição à língua, mais especificamente o Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo, evidenciando a concepção de ensino e cultura dos Surdos em cada uma delas, demonstrando a necessidade de analisar a metodologia empregada pelo professor e as escolhas lexicais na Libras para transmitir o conceito do conteúdo a ser trabalhado. Diante disto, a investigação aponta que esses alunos desenvolveram mecanismos internos diferenciados para dar respostas, que na maioria das vezes são similares as concepções dos alunos sem deficiência, consolidando apenas sua diferença linguística.
References
BAKHTIN. M . Língua, fala e enunciação. In: BAKHTIN. M. Marxismo e filosofia da linguagem. (tradução: Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira) São Paulo: Hucitec, 1995.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. P. 25 - 32.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei Nº. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10436.htm. Acessado em 5.10.2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos. Vol 5. Brasília: MEC/SEESP, 2003, p. 84.
HODSON, D. Existe um método científico? Education in chemistry. Traduzido e adaptado de Is there a scientific method? Education in Chemistry, Cambridge, v. 19, n. 11, p. 112-116, 1982.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1994, p. 34,
LURIA A.R. Pensamentos e Linguagens: as últimas conferências de Luria. Porto Alegre: Artes e Científicos. EDU. 1986, p. 24.
MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa: A teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982, p. 23.
MOREIRA, M. A. Teorias de Aprendizagem. São Paulo, EPU. 1999, p.75.
PIAGET J. Linguagem e Pensamento na criança. 5ed. Rio de Janeiro. Fundo de Cultura, 1996.
QUADROS, R. M. Educação de Surdos. A Aquisição da Linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997 p. 27, 47.
REILY, L. H. As imagens: o lúdico e o absurdo no ensino de arte para pré-escolares surdos. In: SILVA, I. R.; KAUCHAKJE, S.; GESUELI, Z. M. (Org.). Cidadania, surdez e linguagem: desafios e realidades. 4. ed.. São Paulo: Plexus. 2003, p. 117 - 169.
REILY, L, H. Estratégias pedagógicas na escola inclusiva: depoiment. 2005. Papirus. Disponível em:
<http://www.papirus.com.br/entrevista_detalhe.aspx?chave_entrevista=7&menu=autores>. Acesso em 26/11/2016.
SILVA, A. C.; NEMBRI, A. G. Ouvindo o silêncio: surdez, linguagem e educação. Porto Alegre: Mediação, 2008, p. 25.
VYGOSTKY, L. S. Linguagem e pensamento. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p.38.