A CIDADE COLONIZADA E OS IMPACTOS DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS NA POPULAÇÃO NEGRA E INDÍGENA
Palavras-chave:
Racismo, Novo Coronavírus, População Negra e IndígenaResumo
O presente trabalho tem o objetivo de analisar os impactos da pandemia do novo coronavírus que expôs a sociedade em suas velhas práticas de exclusão, tendo como alvo principal a vida da população negra e indígena. Como procedimento teórico-metodológico será feito levantamento de reflexões a partir da obra de Fanon, podendo entrever como a máquina estatal funciona contra os condenados da terra, Foucault tratando sobre a biopolítica e Mbembe acerca da necropolítica. Os resultados permitem a compreensão de como o sistema estatal é colonizador e patriarcal, condenando o corpo inferiorizado – as minorias políticas atingidas pela regulação da vida e da morte, do acesso e do não acesso A partir desse contexto pandêmico é possível a percepção de que a biopolítica, a necropolítica, o darwinismo social e a eugenia ganharam ainda mais força pela alastração do SARS-CoV-2 nas cidades colonizadas.
Referências
[2] MBEMBE, Achille. Necropolítica, bipoder, estado de exceção, política da morte. Traduzido por Renata Santini. – São Paulo: n-1 edições, 2018.
[3] FOCAULT, Michel. Nascimento da Biopolítica. Trad. Eduardo Brandão. SP: Martins Fontes, 2008.
[4] MUNANGA, Kabengele. Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje? Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 62, p. 20-31, dez. 2015. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0020-38742015000300020&script=sci_arttext&tlng=pt >. Acesso em 13 nov. 2019.
[5] HOBSBAWM. A Era do Capital, 1848-1875. 28ª ed. Rio de Janeiro /São Paulo: Paz e Terra, 2018.
[6] UNESCO. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em: < http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2019.
[7] OLIVEIRA, João Pacheco de. O nascimento do Brasil e outros ensaios: “pacificação”, regime tutelar e formação de alteridades. – Rio de Janeiro: Contra Capa, 2016.
[8] FOCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: Hubert L. Dreyfus e Paul Rabinow. Uma Trajetória Filosófica. Para além do estruturalismo e da hermanêutica. 2ª edição, 2009.
[9] LOWY, Michael. Conservadorismo e extrema-direita na Europa e no Brasil. Tradução de Deni Alfaro Rubbo e Marcelo Netto Rodrigues. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 124, p. 652-664, out./dez. 2015.
[10] SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
[11] MENEZES, Manuel. O ‘Darwinismo Social’ Perante a Questão da Assistência. Revista Interacções, número 15. pp. 25-40. 2008.
[12] DIWAN, Píetra. Raça pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. 2. cd. 3a reimpressão. - São Paulo: Contexto, 2015.
[13] BORDIEU, PierrePIERRE, Bordieu. Contrafogos: táticas para enfrentar a invasão neoliberal. Tradução Lucy Magalhães. — Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.
[14] DAVIS, Mike, et al: Coronavírus e a luta de classes. Terra sem Amos: Brasil, 2020.
[15] SANTOS, Boaventura de Sousa. A Cruel Pedagogia do Vírus. Coimbra: EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. 2020.
[16] IPEA. Retrato das desigualdades de gênero e raça / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea; ONU Mulheres; Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM; Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR. 4ª ed. Brasília: 2011.
[17] AUGUSTO, Cristiane Brandão; SANTOS, Rogério Dultra do. Pandemias e Pandemônios no Brasil. Ilustrações: Rodolfo Carvalho. – 1. ed. - São Paulo: Tirant lo Blanch, 2020.
[18] IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2019. Disponível em:< https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101678> . Acesso>. Acesso em: 03 jul. de 2020.
[19] BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma política para o SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social. – 3. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2017.
[20] UNA-SUS. Saúde da População Negra - Unidade 3: Enfrentamento do racismo institucional. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - Brasília: 2020. Disponível em: https://www.unasus.gov.br/cursos/curso/45294. Acesso em: 20/04/2020.
[21] APUBLICA. Em duas semanas, número de negros mortos por coronavírus é cinco vezes maior no Brasil. Disponível em:<https://apublica.org/2020/05/em-duas-semanas-numero-de-negros-mortos-por-coronavirus-e-cinco-vezes-maior-no-brasil/>. Acesso em: 16 de jul. 2020.
[22] KRENAK, Ailton. O amanhã não está à venda. Companhia das Letras, 2020.
[23] JÚNIOR, Otávio. O livreiro do Alemão. - São Paulo: Panda Books, 2011.
[24] O GLOBO. Covid-19 é mais letal em regiões de periferia no Brasil. Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/covid-19-mais-letal-em-regioes-de-periferia-no-brasil-1-24407520. Acesso em: 09 jan. de 2020.
[25] UOL. Coronavírus. Favelas do Rio têm mais mortes por covid-19 do que 14 estados e o DF. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/05/21/mortes-coronavirus-favelas-rio.htm?aff_source=56d95533a8284936a374e3a6da3d7996>. Acesso em: 15 jul. de 2020.6
[26] SILVEIRA, Renato da. Os selvagens e a massa papel do racismo científico na montagem da hegemonia ocidental. Afro-Ásia, núm. 23, pp. 87-144. Universidade Federal da Bahia. Bahía, Brasil, 1999.
[27] STEPAN, NL. Eugenia no Brasil, 1917-1940. In: HOCHMAN, G., and ARMUS, D., orgs. Cuidar, controlar, curar: ensaios históricos sobre saúde e doença na América Latina e Caribe [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2004. História e Saúde collection, pp. 330-391. ISBN 978-85-7541-311- 1. Available from SciELO Books.
[28] UOL. "Sou Messias, mas não faço milagres", diz Bolsonaro sobre recorde de mortes. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/04/28/sou-messias-mas-nao-faco-milagres-diz-bolsonaro-sobre-recorde-de-mortes.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 14 de jul. de 2020.
[29] CONJUR. STRECK, L. L; CATTONI, M; LIMA, M, B; SERRANO, P. E. Eugenia à brasileira: inconstitucionalidade de normas hierárquicas de saúde. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2020-jun-01/opiniao-covid-19-eugenia-brasileira >. Acesso em: 02 jul. de 2020.
Downloads
Publicado
Versões
- 2021-09-04 (2)
- 2021-09-04 (1)