REPRESENTATIVIDADE, AUTOESTIMA E IDENTIDADE
UM COMPROMISSO COM A FORMAÇÃO ANTIRRACISTA DAS CRIANÇAS
Palavras-chave:
Autoestima, Educação Antirracista, RepresentatividadeResumo
Este trabalho surgiu da minha experiência como educadora de uma turma do 4º ano do Ensino Fundamental I, destacando a importância da construção da autoestima em crianças negras e da valorização da diversidade fenotípica, para que, no futuro, uma criança empoderada não precise validar suas características em um mundo que hierarquiza e privilegia apenas uma estética. O objetivo é entender como a literatura negra contribui para a construção da autoestima das crianças. Crianças negras e não negras precisam ter acesso a narrativas que possibilitem o reconhecimento e a valorização da pluralidade de características e culturas. A Lei 10.639/03 institui a obrigatoriedade do ensino da cultura afro-brasileira na educação básica e consideravelmente projetos são implementados para garantir a aplicação desta lei, com o intuito de combater o racismo e tornar a escola um ambiente mais acolhedor. Assim, questiona-se: de que forma a literatura negra contribui para a educação antirracista das crianças no Ensino Fundamental I, promovendo a representatividade e a autoestima? A pesquisa adota uma abordagem qualitativa com revisão de literatura para destacar a importância de integrar diversas representações na literatura para a formação das crianças, a partir dos livros: “Bucala, a Pequena Princesa do Quilombo do Cabula”, (2019) de Davi Nunes; “Meu Crespo de Rainha”, de bell hooks (2018); e “Ei, Você!”, de Dapo Adeola (2021), com a intenção de trabalhar a estética, o respeito e a cultura negra, envolvemos leitura, produção artística e exposição dessas produções. Concluímos que trabalhar com literaturas negras nas escolas tem um grande potencial para estimular os estudantes a respeitar as subjetividades e promover uma compreensão mais inclusiva.
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