ENTRE O FOGO QUENTE E O FOGO FRIO, UMA IMAGEM: O FILME FORÇA DAS MULHERES PATAXÓ DA ALDEIA MÃE
Palavras-chave:
Imagem cosmológica; Mulheres Pataxó; Formas de vida; Contra colonizaçãoResumo
Neste artigo, analiso o filme Força das Mulheres Pataxó da Aldeia Mãe (2019), realizado por Vanuzia Bonfim e Caamini Braz, na tentativa de compreender como, na esteira de Focillon (1983) e Agamben (2010), a imagem pode construir formas de vida que permitem acolher os saberes ameríndios a partir dos quais são construídas. Nesse sentido, discuto a construção da imagem fílmica em torno do vivido compartilhado entre as mulheres Pataxó a partir da cosmologia ameríndia e como o audiovisual nas mãos das mulheres indígenas tem sido um instrumento de luta no contexto atual de políticas autoritárias e genocidas contra os povos indígenas. Com o entrecruzamento da linguagem cinematográfica, metaforicamente atribuída como o “fogo frio”, com as cosmologias ameríndias, “o fogo quente”, a partir das quais se constitui o sistema fílmico, pretendo, como base metodológica, situar o filme no esforço de construir um olhar “contra-colonial” (SANTOS, 2015) e uma leitura descolonizadora (CUSICANQUI, 2015).
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