“AQUI TEM GENTE COMO EU”: SUBJETIVIDADE LGBT EM TRAJETÓRIAS MIDIÁTICAS
Palavras-chave:
Narrativas midiáticas; relatos de vida; subjetividade LGBTResumo
Este artigo analisa as produções de subjetividades não-normativas a partir das relações com múltiplos produtos midiáticos. Com base nos relatos de vida de seis ativistas lésbicas, gays, bissexuais e trans, coletados ao longo de dois anos de trabalho de campo, apresento reflexões sobre a politização das subjetividades e as mobilizações estratégicas das identidades LGBTs em resistência ao sistema heteronormativo atual. Ancorada nos estudos culturais e estudos de gênero e sexualidade, a pesquisa parte do pressuposto de que a mídia é um dos espaços de mediação das construções identitárias e, portanto, impacta consideravelmente nas restrições e interdições sociais impostas a determinados corpos e comportamentos. De contextos distintos, temporalidades diferentes e acionando múltiplos marcadores identitários, os/as ativistas contam e recontam suas trajetórias a partir da relação com a mídia. Os relatos sobre os processos de identificação e diferenciação atravessam questões de isolamento social, temor em “sair do armário” e desejo por pertencimento. Na mídia, em suas variadas formas, encontram as primeiras referências de pessoas e experiências semelhantes. Também ganham relevo as considerações críticas quanto a regulação das visibilidades e representações disponíveis, demonstrando um processo de constante negociação travada entre as subjetividades LGBT e os produtos midiáticos.
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