CONFIGURAÇÕES DIGITAIS DA CONTRAHEGEMONIA ESPÍRITA: UMA CARTOGRAFIA DOS COLETIVOS PROGRESSISTAS E DE ESQUERDA NO ESPIRITISMO BRASILEIRO
Palavras-chave:
Religião e política, espiritismo progressista, coletivos, cartografia, grupos religiosos em mídias digitaisResumo
Este artigo analisa o surgimento do campo do espiritismo progressista e de esquerda no Brasil, motivado, sobretudo, pelo reconhecimento da hegemonia conservadora no contexto identitário dessa religião, diante da recente intensificação da polarização política no país. Levando em consideração os modos de organização desses grupos contra-hegemônicos, este texto discute as trilhas das aspirações progressistas no espiritismo e apresenta uma cartografia sobre 24 coletivos mapeados durante o ano de 2020. Nesse sentido, este artigo desenvolve uma classificação de coletivos, compreendidos ou atravessados pelo espiritismo progressista, que são baseados em instituições espíritas históricas, em grupos de estudos, em mobilização social, em mídias digitais, em comunicação e em articulação de outros coletivos.
Referências
ARRUDA, Jéssica de A.; DA COSTA, Guilherme B. R.; MAGALHÃES, Analice S. Influência dos discursos religiosos evangélicos na campanha presidencial de 2018 no Brasil. Último andar, São Paulo, v. 23, nº 35, p. 3-22, jan-jun/2020.
AUBRÉE, Marion; LAPLANTINE, François. A mesa, o livro e os espíritos: gênese, evolução e atualidade do movimento social espírita entre a França e o Brasil. Maceió: UFAL, 2009.
BENCHAYA, Salomão J. Da religião espírita ao laicismo. Porto Alegre: Imprensa Livre, 2006.
BRAGA, José Luiz. Circuitos versus campos sociais. In: MATTOS, Maria Ângela; JANOTTI JUNIOR, Jeder; JACKS, Nilda. (Org.). Mediação & Midiatização. Salvador: COMPÓS-EDUFBA, 2012, p. 31-52.
BURITY, Joanildo. Religião e Política na Fronteira: desinstitucionalização e deslocamento numa relação historicamente polêmica. Revista de Estudos da Religião. Nº 4, p. 27-45, 2001.
CARLÓN, Mario. Circulación del sentido y construcción de colectivos: en una sociedad hipermediatizada. San Luis: Nueva Editorial Universitaria - UNSL, 2020.
COULDRY, Nick; HEPP, Andreas. A construção mediada da realidade. Trad. Luzia Araújo. São Leopoldo, RS: Ed. Unisinos, 2020.
DAMASIO, João. Da caridade à cidadania em fluxos: posicionamentos espíritas nas eleições de 2018. ComPolítica, v. 10, n. 2, p. 135-166, 2020.
DE FARIAS, Luiz A. C.; BECCENERI, Leandro B.; LONGO, Flávia V.; CHIROMA, L. Tão ricos e tão escolarizados? O perfil sociodemográfico dos espíritas no Brasil. Anais do XXI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, p. 1-18, 2019.
FISCHER, Martina. O cartógrafo e sua bagagem. In: MALDONADO, Alberto Efendy; BONIN, Jiani; ROSÁRIO, Nísia (orgs.). Perspectivas metodológicas em comunicação: desafios na prática investigativa. João Pessoa/PB: UFPB, 2008.
GONÇALVES, Rafael B. O discurso religioso na política e a política no discurso religioso: uma análise da atuação da Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados (2003-2014). Rio de Janeiro: UERJ, 2016 (Tese de doutoramento).
LIMA, Elizabeth C. de A.; LIMA, Isabelly C. C. O neoconservadorismo religioso e heteronormatividade : a "bolsonarização" como produção de sentido e mobilização de afetos. Revista Cadernos de Campo. Araraquara, n. 28, p. 325-350, jan-jun/2020.
LINS, Juan. El uso religioso de la política y/o el uso político de la religión: la ideología-sucedáneo versus la religión-sucedáneo. Revista Española de Investigaciones Sociológicas (REIS), Number 114, p. 11-35,Abril-Junio/2006.
MACHADO, Maria das D. C.; MARIZ, Cecília. Conflitos religiosos na arena política. Archivos, v. 6, nº 6, p. 31-49, outubro de 2004.
MIGUEL, Sinuê Neckel. Disposições políticas no espiritismo brasileiro: entre “neutralidade” conservadora e aspirações socialistas. SÆCULUM – Revista de História, v. 25, n. 42, João Pessoa, p. 86-104, jan./jun. 2020.
NERIS, Wheriston S.; SEIDL, Ernesto. Crise e recomposição do habitus religioso na periferia do espaço católico. Pro-Posições, v. 28, nº 3, p. 204-241, set-dez/2017.
ORO, Ari P.; ALVES, Daniel. Jair Bolsonaro, líderes evangélicos negacionistas e a politização da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Sociedad y Religion. V. 30, nº 54, p. 121-147, 2020.
PEGORETTE, Josemar F. Dos dogmas religiosos aos dogmas políticos: as influências do discurso religioso na formação política do brasileiro. In Totum. V. 3, nº 1, 2016.
SEIDL, Ernesto; NERIS, Wheriston S. O catolicismo impuro: politização e transgressões da fronteira do religioso. Política&Sociedade, v. 16, nº 37, p. 252-285, set-dez/2017.
SIGNATES, Luiz. Espiritismo e política: os tortuosos caminhos do conservadorismo religioso e suas contradições no Brasil. Caminhos, Goiânia, Especial, v. 17, p. 138-154, 2019.
SIGNATES, Luiz. O individualismo e as possibilidades de uma sociologia da mentalidade espírita: ensaio sobre uma ampliação espírita do conceito de sociedade e seus limites. In: MORAES, Ângela Teixeira de; FERRO, Raphaela Xavier de Oliveira. Ciência, espiritismo e sociedade: coletânea 2. Goiânia: Aephus, 2020, p. 72-97.
SOSTER, Demétrio de Azeredo. Dialogia e atorização: características do jornalismo midiatizado. Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo, Brasília, v. 5, n. 16, p. 4-20, jan./jun. 2015.
STRÜCKER, Bianca; HAHN, Noli B. Pela família, por Deus e pelo fim da corrupção: a utilização do discurso religioso no debate político brasileiro. Coisas do Gênero – Revista de estudos feministas em gênero e religião. V. 5, nº 1, p.56-72, Jan-Jun/2019.
AUBRÉE, Marion; LAPLANTINE, François. A mesa, o livro e os espíritos: gênese, evolução e atualidade do movimento social espírita entre a França e o Brasil. Maceió: UFAL, 2009.
BENCHAYA, Salomão J. Da religião espírita ao laicismo. Porto Alegre: Imprensa Livre, 2006.
BRAGA, José Luiz. Circuitos versus campos sociais. In: MATTOS, Maria Ângela; JANOTTI JUNIOR, Jeder; JACKS, Nilda. (Org.). Mediação & Midiatização. Salvador: COMPÓS-EDUFBA, 2012, p. 31-52.
BURITY, Joanildo. Religião e Política na Fronteira: desinstitucionalização e deslocamento numa relação historicamente polêmica. Revista de Estudos da Religião. Nº 4, p. 27-45, 2001.
CARLÓN, Mario. Circulación del sentido y construcción de colectivos: en una sociedad hipermediatizada. San Luis: Nueva Editorial Universitaria - UNSL, 2020.
COULDRY, Nick; HEPP, Andreas. A construção mediada da realidade. Trad. Luzia Araújo. São Leopoldo, RS: Ed. Unisinos, 2020.
DAMASIO, João. Da caridade à cidadania em fluxos: posicionamentos espíritas nas eleições de 2018. ComPolítica, v. 10, n. 2, p. 135-166, 2020.
DE FARIAS, Luiz A. C.; BECCENERI, Leandro B.; LONGO, Flávia V.; CHIROMA, L. Tão ricos e tão escolarizados? O perfil sociodemográfico dos espíritas no Brasil. Anais do XXI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, p. 1-18, 2019.
FISCHER, Martina. O cartógrafo e sua bagagem. In: MALDONADO, Alberto Efendy; BONIN, Jiani; ROSÁRIO, Nísia (orgs.). Perspectivas metodológicas em comunicação: desafios na prática investigativa. João Pessoa/PB: UFPB, 2008.
GONÇALVES, Rafael B. O discurso religioso na política e a política no discurso religioso: uma análise da atuação da Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados (2003-2014). Rio de Janeiro: UERJ, 2016 (Tese de doutoramento).
LIMA, Elizabeth C. de A.; LIMA, Isabelly C. C. O neoconservadorismo religioso e heteronormatividade : a "bolsonarização" como produção de sentido e mobilização de afetos. Revista Cadernos de Campo. Araraquara, n. 28, p. 325-350, jan-jun/2020.
LINS, Juan. El uso religioso de la política y/o el uso político de la religión: la ideología-sucedáneo versus la religión-sucedáneo. Revista Española de Investigaciones Sociológicas (REIS), Number 114, p. 11-35,Abril-Junio/2006.
MACHADO, Maria das D. C.; MARIZ, Cecília. Conflitos religiosos na arena política. Archivos, v. 6, nº 6, p. 31-49, outubro de 2004.
MIGUEL, Sinuê Neckel. Disposições políticas no espiritismo brasileiro: entre “neutralidade” conservadora e aspirações socialistas. SÆCULUM – Revista de História, v. 25, n. 42, João Pessoa, p. 86-104, jan./jun. 2020.
NERIS, Wheriston S.; SEIDL, Ernesto. Crise e recomposição do habitus religioso na periferia do espaço católico. Pro-Posições, v. 28, nº 3, p. 204-241, set-dez/2017.
ORO, Ari P.; ALVES, Daniel. Jair Bolsonaro, líderes evangélicos negacionistas e a politização da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Sociedad y Religion. V. 30, nº 54, p. 121-147, 2020.
PEGORETTE, Josemar F. Dos dogmas religiosos aos dogmas políticos: as influências do discurso religioso na formação política do brasileiro. In Totum. V. 3, nº 1, 2016.
SEIDL, Ernesto; NERIS, Wheriston S. O catolicismo impuro: politização e transgressões da fronteira do religioso. Política&Sociedade, v. 16, nº 37, p. 252-285, set-dez/2017.
SIGNATES, Luiz. Espiritismo e política: os tortuosos caminhos do conservadorismo religioso e suas contradições no Brasil. Caminhos, Goiânia, Especial, v. 17, p. 138-154, 2019.
SIGNATES, Luiz. O individualismo e as possibilidades de uma sociologia da mentalidade espírita: ensaio sobre uma ampliação espírita do conceito de sociedade e seus limites. In: MORAES, Ângela Teixeira de; FERRO, Raphaela Xavier de Oliveira. Ciência, espiritismo e sociedade: coletânea 2. Goiânia: Aephus, 2020, p. 72-97.
SOSTER, Demétrio de Azeredo. Dialogia e atorização: características do jornalismo midiatizado. Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo, Brasília, v. 5, n. 16, p. 4-20, jan./jun. 2015.
STRÜCKER, Bianca; HAHN, Noli B. Pela família, por Deus e pelo fim da corrupção: a utilização do discurso religioso no debate político brasileiro. Coisas do Gênero – Revista de estudos feministas em gênero e religião. V. 5, nº 1, p.56-72, Jan-Jun/2019.
Downloads
Publicado
2021-07-08
Como Citar
Signates, L., & Damásio, J. (2021). CONFIGURAÇÕES DIGITAIS DA CONTRAHEGEMONIA ESPÍRITA: UMA CARTOGRAFIA DOS COLETIVOS PROGRESSISTAS E DE ESQUERDA NO ESPIRITISMO BRASILEIRO. TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN: 2358-212X), 10(1). Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/4535
Edição
Seção
Dossiê - Mídia, religião e religiosidade na era da digitalização
Licença
Transferência de direitos autorais:
Declaro que após aprovado para publicação a Revista Tropos editada pela Universidade Federal do Acre (UFAC), passará a ter os direitos autorais do trabalho, que se tornarão propriedade exclusiva da Revista, sendo permitida a reprodução total ou parcial desde que devidamente referenciada.
