HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DO ACRE: NOTAS SOBRE OS SILÊNCIOS E A LÓGICA DO PROGRESSO
Resumo
O foco central deste texto está assentado na perspectiva de propor outra escrita da história da Amazônia acreana, a partir de uma crítica aos pressupostos que têm norteado esse específico campo da produção acadêmica, que ainda não conseguiu desvencilhar-se da tradução acerca da Amazônia – e mesmo do continente americano – produzida pelo olhar de viajantes europeus do século XIX e reproduzida como característica das interpretações da região presentes em autores como Tavares Bastos, Euclides da Cunha, Ferreira Reis e Leandro Tocantins. Formulando uma crítica historiográfica e tendo como perspectiva de abordagem, as reflexões de Walter Benjamin, Michel de Certeau, Raymond Williams e Stuart Hall, o objetivo é vislumbrar outras possibilidades de escrita da história regional, em base menos mimética e colonizada, especialmente, no tocante a temas que foram ignorados e tratados como verdadeiros tabus para a maioria dos historiadores e outros estudiosos dessa parte das Amazônias.
Referências
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