A ANGÚSTIA EXISTENCIAL E A AUSÊNCIA DE DEUS NA ESCRITURA DE MARGUERITE DURAS

Autores

  • Júlia Simone Ferreira Universidade Federal do Acre - UFAC

Resumo

O objetivo da comunicação é de se fazer uma reflexão crítica sobre a ausência de Deus na escritura de Marguerite Duras. Percebemos que na falta de algo “indescritível”, que acontece na vida das heroínas durassianas, a busca de Deus se faz na tentativa de amenizar o sofrimento interior. Podemos traduzir o “indescritível” em: a dor, a morte, o presente e o passado, o individual e o coletivo, a razão e a loucura, temas oximoros por excelência, que encontramos tanto nas obras como na vida íntima de Duras. Neste sentido, na tentativa de encontrar uma razão para o absurdo da vida humana, Deus se faz ausente e distante do mundo. Assim, Ele simboliza o caos, a desordem do mundo contemporâneo, enfim um Todo-Poderoso que abandona e que se encontra indiferente ao sofrimento humano. Finalmente, a razão humana tenta encontrar uma justificativa e um significado para a ausência de Deus, mas ela não o encontra. A vontade de entender o vazio interior, causado pelo sofrimento, gera revolta e finalmente a fúria contra Deus. Enfim, encontramos provavelmente o significado da ausência de Deus se aproximar sua escrita com as raízes de sua infância, vivida no Vietnam. Uma infância marcada pela dor, pela ausência, pela morte ou perda acarretando até a loucura simbólica. 

Biografia do Autor

Júlia Simone Ferreira, Universidade Federal do Acre - UFAC

Possui graduação em Francês e Português, pela Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Assis (1991), Mestrado em Letras (Semiótica e Literatura Francesa) pela Universidade de Nice Sophia-Antipolis, na França (1995) e Doutorado em Letras (Língua e Literatura Francesa) pela Universidade de Nice Sophia – Antipolis, (2006).

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Publicado

2015-12-06

Como Citar

Ferreira, J. S. (2015). A ANGÚSTIA EXISTENCIAL E A AUSÊNCIA DE DEUS NA ESCRITURA DE MARGUERITE DURAS. TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN: 2358-212X), 1(4). Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/339

Edição

Seção

Artigos