TROUBLE IN THE ‘PSYCHOSPHERE’: HBO’S TRUE DETECTIVE (2014) AS A HYBRID GENRE

Resumo

Recentemente, tem-se assistido a uma crescente qualidade a nível das séries televisivas. Ao assumirem novos desafios, muitas delas tornaram-se séries de culto. True Detective (2014) figura neste grupo privilegiado. Nic Pizzolatto, a mente crativa por detrás de True Detective (2014), decidiu abraçar novos caminhos e acabou por criar uma série híbrida, no sentido em que conjuga elementos que vão desde o género Gótico, à investigação criminal, e se estendem até ao film noir e à Weird fiction. Outra característica que contribui para a popularidade de True Detective (2014), reside nos laços que tece com a literatura, uma vez que são evidentes as influências literárias a que alude. À luz deste cenário, pretende-se examinar de que forma é que a receita eclética proposta por Pizzolatto combina os seus diferentes ingredientes com o intuito de criar uma série que aposta nos parâmetros da qualidade e da originalidade. Com efeito, a inegável qualidade que se desprende de True Detective (2014) vai para além do consistente guião redigido por Pizzolatto; da brilhante atuação dos protagonistas; a hipnótica fotografia de Adam Arkapaw, à minuciosa realização a cargo de Cary Fukunaga. A série tornou-se num verdadeiro monstro visual que saiu inesperadamente dos pântanos da Louisiana, trazendo consigo uma aura de horror cósmico que, uma vez associado ao suspense e à investigação criminal, acaba por deixar o telespetador hipnotizado, em frente ao écran.