UMA DIALÉTICA DE OLHARES: UM EXERCÍCIO HEURÍSTICO-INDICIÁRIO PARA A INVESTIGAÇÃO DO TERRITÓRIO DA CRACKOLÂNDIA DE GOVERNADOR VALADARES (MG) ENQUANTO DISPOSITIVO INTERACIONAL
Resumo
Compreender a lógica processual dos territórios, reconhecendo-se aí as territorialidades e interacionalidades múltiplas que vicejam na contemporaneidade, demanda um esforço complementar das diversas Ciências Sociais, em especial, da Comunicação. Insere-se, neste cenário, o estudo das “crackolândias”, cuja investigação requer a invenção/adaptação de métodos que possam dar conta da abordagem desses espaços de confusão entre o público e o privado, o lugar e o não-lugar, além das suas formas de domínio e apropriação. Propõe-se, com base em alguns tensionamentos teóricos e metodológicos, a “dialética dos olhares” como uma tentativa heurístico-indiciária de pesquisar o território de uma crackolândia específica enquanto dispositivo interacional.Referências
Referências bibliográficas
AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? Outra travessia, eISSN 2176-8552, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Revista do Programa de Pós-Graduação em Literatura da UFSC, n. 5 (2005), 2º Semestre. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/12576. Acesso em: 04/11/2017.
ARANTES, Antônio A. A guerra dos lugares – sobre fronteiras simbólicas e liminaridades no espaço urbano. In: Revista do Patimônio Histórico e Artístico Nacional, n° 23, pp. 191-203, 1994.
AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus, 1994.
BAUMAN, Zygmunt. Vigilância líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
BECKER, Howard S. Métodos de pesquisa em Ciências Sociais [1992]. São Paulo: Hucitec, 1993.
BERTALANFFY, Ludwig von. Teoria Geral dos Sistemas. 3a ed. Petrópolis: Vozes, 1977.
BONIN, Jiani Adriana. “Revisitando os bastidores da pesquisa: práticas metodológicas na construção de um projeto de investigação. In: MALDONADO, Alberto Efendy [et. Al.]. Metodologias de pesquisa em comunicação: olhares, trilhas e processos. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2011.
BOURDIEU, Pierre. Da regra às estratégias. in: Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 77-95.
BRASIL. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária / Secretaria Nacional de Segurança Pública. – 5. ed. – Brasília: Ministério da Justiça, 2013, 504p.
BRAGA, José Luiz. Comunicação, disciplina indiciária. Matrizes. Revista do Programa de Pós- Graduação em Ciências da Comunicação da USP. São Paulo: ECA/USP. Ano. N. 2 abr. 2008. p. 73-88. Disponível em: www.revistas.univerciencia.org/index.php/MATRIZes/article/download/5235/5259; Acesso em: 23/07/2017.
_______. Nem rara, nem ausente – tentativa. Matrizes, Ano 4, no 1, jul./dez. São Paulo: ECA/USP, p. 65- 81, 2010a. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/38276/41086. Acesso em: 06/08/2017.
_______. Disciplina ou campo? O desafio da Consolidação dos estudos em comunicação. In: FERREIRA, Jairo; FREITAS, Luiz Antônio Signates; PIMENTA, Francisco José Paoliello. Estudos da comunicação: transversalidades epistemológicas. – São Leopoldo, RS: Ed. UNISINOS, 2010b, p. 19-38.
________. A prática da pesquisa em Comunicação: abordagem metodológica como tomada de decisões. Revista E-Compós, vol. 14, no 1, Brasília: Compós, 2011, p. 1-33. Endereço: http://www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/view/665/503. Acessado em: 12/11/2017.
________. Circuitos versus campos sociais. In: MATTOS, MA., JANOTTI JUNIOR, J., and JACKS, N., orgs. Mediação & midiatização [online]. Salvador: EDUFBA, 2012a, pp. 29-52. ISBN 978-85-232-1205-6. Available from SciELO Books .
________. Interaction as Context of Communication. Matrizes. Revista do Programa de Pós- Graduação em Ciências da Comunicação da USP. São Paulo:ECA/USP. Ano 6. n. 1 jul-dez. p. 25-41. 2012b. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/matrizes/article/viewFile/48048/51802; Acesso em: 23/07/2017.
BRAGA, Tiago Farias. O território da crackolândia: um “novo-antigo” calcanhar de Aquiles do Centro de Governador Valadares. 2015, 220f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Gestão Integrada do Território, Universidade do Vale do Rio Doce, Governador Valadares.
BRAGA, Tiago Farias; SANTOS, Mauro Augusto. (2017). Uma crackolândia de Governador Valadares: abordagem territorial a partir das imagens do sistema de monitoramento Olho Vivo. REBESP – Revista Brasileira de Estudos de Segurança Pública. Goiânia: PMGO. v. 10, n. 2, 2017, p. 29-40. Disponível em: http://revista.ssp.go.gov.br/index.php?journal=rebesp; Acesso em: 21/06/2018.
BRESCIANI, Maria Stella. Palavras da cidade. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2001, 119p. BRUNO, Fernanda. Vigilância e visibilidade: espaço, tecnologia e identificação. Porto Alegre: Sulina, 2010, 296 p.
BRUNO, Fernanda; KANASHIRO, Marta; FIRMINO, Rodrigo. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2013, 190 p.
CERTEAU, Michel de. Andando na Cidade. Tradução Anna Olga de Barros Barreto. In: Revista do Patimônio Histórico e Artístico Nacional, n° 23, 1993, pp. 21-31.
_________. A invenção do cotidiano: 1 Artes de fazer / Michel de Certeau; 17. ed. Tradução Ephraim Ferreira Alves – Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
ESPÍNDOLA, Haruf Salmen. História da Associação comercial de Governador Valadares. Governador Valadares: ACGV, 1999, 198 p.
FERREIRA, Jairo. O método como valor de trocas nas ciências sociais. In: FERREIRA, Jairo; FREITAS, Luiz Antônio Signates; PIMENTA, Francisco José Paoliello. Estudos da comunicação: transversalidades epistemológicas. – São Leopoldo, RS: Ed. UNISINOS, 2010, p. 19-38.
FIEMG. Vídeo de 2min54seg de divulgação da cidade de Governador Valadares/MG. Elaborado pela Agenda de Convergência da Regional Rio Doce da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). 2017.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 42. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2014.
FRÚGOLI JR., Heitor; SPAGGIARI, Enrico. Networks and territorialities: an ethnographic approach to the so-called cracolândia ["crackland"] in São Paulo. Vibrant, Virtual Braz. Anthr. vol.8 no.2 Brasília July/Dec. 2011.
GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário, in Mitos, emblemas, sinais – morfologia e história [1986]. São Paulo: Companhia da Letras, 1989.
HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios” à multiterritorialidade. 8 .ed. Rio de Janeiro: Bettrand Brasil, 2014.
HENRIQUES, Sandra Mara Garcia. Etnografia móvel: uma proposta metodológica para os estudos da mobilidade na comunicação. Tese de Doutorado, PUCRS. 2016 http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6881
LYON, David (2006). 11/9, Synopticon, and Scopophilia: Watching and being watched. In: BRUNO, Fernanda; KANASHIRO, Marta; FIRMINO, Rodrigo. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2013, p. 115-140.
POPPER, Karl. A lógica e a evolução da teoria científica. In: A vida é aprendizagem – epistemologia evolutiva e sociedade aberta [1999]. Lisboa: Edições 70, 2001, p. 17-34.
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo, Ática, 1993.
SBARDELOTTO, Moisés. Entre Bits e Pixels: Uma Análise Processual e Sistêmica da Comunicação em Rituais Católicos Online. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010.
SILVEIRA, Fabrício. O Parque dos Objetos Mortos: e outros ensaios de comunicação urbana. 1.ed. Porto Alegre: Armazém Digital, 2010, 126 p.
SILVEIRA, Fabrício Lopes da. Situacionalidades televisivas: comunicação, consumo e cultura material. 2003. 288 f. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, São Leopoldo, 2003.
SOUZA, M.L.. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In CASTRO, I. et al. (org.) Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
VITOR, Caio; PAIVA, Rafael; CONCLI, Raphael; BRUCOLI, Rodrigo; GARCIA, Vitor. Resistências e conflitos marcam a gentrificação em São Paulo. 07/02/2018. Disponível em: http://paineira.usp.br/aun/index.php/2018/02/07/resistencias-e-conflitos-marcam-a- gentrificacao-em-sao-paulo/ Acessado em: 09/05/2018.
WESCHENFELDER, Ricardo. Rastros do invisível no plano cinematográfico. 2016. 161 f.: il. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, São Leopoldo, 2003.
YAZBEK, André Constantino. 10 lições sobre Foucault. 6. ed. Petrópolis. RJ: Vozes, 2015.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Transferência de direitos autorais:
Declaro que após aprovado para publicação a Revista Tropos editada pela Universidade Federal do Acre (UFAC), passará a ter os direitos autorais do trabalho, que se tornarão propriedade exclusiva da Revista, sendo permitida a reprodução total ou parcial desde que devidamente referenciada.