A MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA E O CONTROLE DA SOCIEDADE EM “THE MACHINE STOPS”
Resumo
A partir do conto The Machine stops, de Edward M. Forster, publicado em 1909, buscou-se, neste artigo, analisar aspectos associados à conceituação de distopia enquanto especulação sobre um futuro dominado pelo autoritarismo, uma vez que a representação ficcional se dá através do apagamento de subjetividades e a instituição massiva de formas de controle do corpo social. Para alcançar tais objetivos, algumas definições de ficção científica, utopia e distopia foram retomadas, associando-as diretamente ao conto de Forster. No que diz respeito à representação de uma sociedade disciplinar foram consideradas discussões de Michel Foucault (2010, 2012, 2015) sobre o tema, especialmente sobre a organização dos aparatos de controle que vão se afirmando e alcançando quase que naturalmente todos os indivíduos. O futuro de progresso representado no conto expõe a completa dependência da humanidade ao controle de uma entidade artificial que supre mutuamente todas as carências. Este controle não advém do uso da coerção física, mas da compreensão de que a própria sobrevivência do corpo humano e sua existência na coletividade está centrada na obediência às normas de vida em sociedade, constituídas de modo a se distanciar de um passado antiquado e menos desenvolvido.
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