CIÊNCIA CIDADÃ COMO FORMA DE IDENTIFICAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES NÃO NATIVAS NA AMAZÔNIA

CITIZEN SCIENCE AS A WAY OF IDENTIFYING THE OCCURRENCE OF NON-NATIVE SPECIES IN THE AMAZON

Autores

  • LARIESSA SOARES UNIR/RO
  • JUCILENE CAVALI UNIR/RO
  • JEAN RICARDO SIMÕES VITULE UFPR
  • CAROLINA RODRIGUES DA COSTA DORIA UNIR/RO

Palavras-chave:

Ciência Cidadã, Invasão Biológica; Não-nativos; Biodiversidade.

Resumo

Os dados obtidos através da Ciência Cidadã podem ser usados para analisar os impactos das mudanças globais na biodiversidade, pois voluntários podem se distribuir em diversos locais [1]. Foram utilizados dados oficiais sobre o número de pisciculturas da SEDAM/RO, número de produtores de O. niloticus na base de dados da IDARON, do IBGE e entrevistas a piscicultores e pescadores. Conforme dados do [2] existem cerca de 1300 piscicultores de O. niloticus e segundo [3] 778 piscicultores declararam produzir O. niloticus. Foram entrevistados 150 piscicultores, onde 29% dos piscicultores responderam utilizar sistemas de contenção, e 51% dos piscicultores admitiram permitir escapes das espécies cultivadas no meio ambiente. Por meio do link enviado por WhatsApp® 129 pescadores entre esportivos e profissionais onde 43% afirmaram já terem visualizado O. niloticus. Os dados gerados evidenciam grande número de pisciculturas em Rondônia com presença de O. niloticus sem registro no órgão ambiental; sendo este levantamento através da CC fundamental para determinar o risco de invasão desta espécie em cursos d´água de Rondônia.

Biografia do Autor

LARIESSA SOARES, UNIR/RO

¹Doutoranda, Laboratório de Ictiologia e Pesca, Programa de Pós-Graduação Rede Bionorte, Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho/RO, Brasil;

JUCILENE CAVALI, UNIR/RO

² Pesquisadora, Departamento de Zootecnia, Campus Presidente Médici/RO, Brasil

JEAN RICARDO SIMÕES VITULE, UFPR

Pesquisador, Laboratório de Ecologia e Conservação, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR, Brasil;

CAROLINA RODRIGUES DA COSTA DORIA, UNIR/RO

4Pesquisadora Laboratório de Ictiologia e Pesca, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho/RO, Brasil.

Referências

[1] DEVICTOR, V. et al. Beyond scarcity: citizen science programmes as useful tools for conservation biogeography. Diversity and Distributions. Blackwell Publishing Ltd: v. 16, p. 354–362, 2010
[2] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Agropecuário 2018. Dados informados via documento oficial. 2017.
[3] IDARON, 2017. 43° Campanha de vacinação de Febre Aftosa promovida pela IDARON em 2017.
[4] LEPCZYK, Christopher A., et al., Symposium 18: Citizen Science in Ecology: the Intersection of Research and Education- ESA. Bulletin of the Ecological Society of America, 2009.
[5] FAN, Fa-ti, CHEN, Shun-Ling. Citizen, Science, and Citizen Science. East Asian Science, Technology and Society: An International Journal, v. 13, p. 181-193, 2019.
[6] TRUMBULL, D. J., et al. Thinking scientifically during participation in a citizen-science project. Science Education v. 84, p. 265-275, 2000.
[7] REED C.C., WINTERS J.M., HART S.C., HUTCHINSON R., CHANDLER M., VENICX G., et al. Building flux capacity: Citizenscientists increase resolution of soil greenhousegas fluxes. PLoS ONE: v.13, n.7, 2018.
[8] DICKINSON, J. L., ZUCKERBERG, B. and BONTER, David N. Citizen Science asan Ecological Research Tool: Challenges and Benefits. Annu. Rev. Ecol. Evol. Syst.. v.41, p. 149–72, 2010.
[9] MCGREAVY, B., CALHOUN A. J. K., JANSUJWICZ J., and LEVESQUE V. Citizen science and natural resource governance: program design for vernal pool policy innovation. Ecology and Society, v.21, n. 2 p.48, 2016.

[10] CHARI, R., et al., Community Citizen Science From Promise to Action. RAND Corporation, Santa Monica, Calif. 2019.
[11] DORIA, C. R. da C., et al. Análise do uso do aplicativo de celular como uma ferramenta para resolver as lacunas de dados na pesca de pequena escala na bacia do madeira (RO). Gestão, Inovação e Sustentabilidade em organizações na Amazônia. Stricto Sensu Editora: 2019.
[12] CRALL, Alycia W. The impacts of an invasive species citizen science training program on participant attitudes, behavior, and science literacy. Public Understanding of Science, v. 22 n.6, p. 745 –764, 2012.
[13] MACK R. N. et al. Biotic Invasions: Causes, Epidemiology, Global Consequences, and Control. EcologicalApplications, v 10, n. 3, 2000.
[14] MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), Brasília, 2018. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biosseguranca/especies-exoticas-invasoras Acesso em: 17 abril. 2018.
[15] LOCKWOOD J. L., HOOPES, M. F.; MARCHETTI, M. P. Invasion Ecology. Blackwell, Malden, 2013.
[16] SOARES, L.M.de A., et al. O. niloticus do Nilo: Uma realidade na Amazônia. XXIII EBI- Encontro Brasileiro de Ictiologia: 2019.
[17] VAN DAMME, P. A. The expansion of Arapaima cf. gigas (Osteoglossiformes: Arapaimidae) in the Bolivian Amazon as informed by citizen and formal science. Management of Biological Invasions: v. 6, n. 4, p. 375–383, 2015.
[18] LATINI, A. O.; RESENDE, D. C.; POMBO, V. B.; CORADIN, L. (Org.). Espécies não nativas invasoras de águas continentais no Brasil. 791p. (Série Biodiversidade, 39). Brasília, 2016.
[19] ORTEGA, J. C. G. et al. Fish farming as the main driver of fish introductions in Neotropical reservoirs. Hydrobiologia, 2015.
[20] GUARIDO, P. C.P. Degradação ambiental e presença de espécies de peixes não nativas em pequenos igarapés de terra firme de Manaus. 2014. Dissertação (Mestrado) INPA, Manaus/AM.
[21] VITULE, J. R.S. Introdução de peixes em ecossistemas continentais brasileiros: revisão, comentários e sugestões de ações contra o inimigo quase invisível. Neotropical Biology and Conservation, 2009.
[22] BEZERRA, L.A.V. et al. A network meta- analysis of threats to South American fish biodiversity. Fish and Fisheries: p.1–20, 2019.
[23] BITTENCOURT, L. S. et al. Impact of the invasion from Nile O. niloticus-do-Nilo on natives Cichlidae species in tributary of Amazonas River, Brazil. Revista Biota Amazônia, Macapá/AP, v. 4, n. 3, p. 88-94, 2014.
[24] FRASER M. T. D.; GONDIM, S. M. G. Da Fala do Outro ao Texto Negociado: Discussões Sobre a Entrevista na Pesquisa Qualitativa. Revista Paidéia (UFBA), v 14 n 28, p 139 – 152, 2004.
[25] SEDAM, 2018. Secretaria de Desenvolvimento Ambiental do Estados de Rondônia. Dados requeridos via ofício. 2018.
[26] VITULE, J. R. S.; PRODOCIMO, V. Introdução de espécies não nativas e invasões biológicas. Estud. Biol., Ambiente Divers. v34 p 225-237, 2012.
[27] LOWRY, E. et al. Biological invasions: a field synopsis, systematic review, and database of the literature. Ecology and Evolution, 2013.
[28] MACEDA-VEIGA, A., ESCRIBANO-ALACID, J., MARTÍNEZ-SILVESTRE, A. et al. Biol Invasions, 2019.
[29] SILVA, A.F., SILVA-FORSBERG M.C. Espécies não nativas invasoras e seus riscos a Amazônia. Scientia Amazonia v.4, n.2, p. 114-124, 2015.
[30] ORSI, M. L. et al. Influência da introdução de Oreochromis Niloticus, na estrutura de populações de peixes de um riacho da bacia do rio Tibagi. In: MMA (Org.) Espécies não nativas invasoras de águas continentais no Brasil. Brasília, 2016. p 582-599.
[31] NOBILE, A. B. et al. Status and recommendations for sustainable freshwater aquaculture in Brazil. Wiley Publishing Asia Pty Ltd: p.1 -23, 2019.
[32] LIMA Jr, D. P. et al. Aquaculture expansion in Brazilian freshwaters against the Aichi. Biodiversity Targets. Royal Swedish Academy of Sciences, Ambio, 2017.
[33] BRABO, M. F., et al. Visão técnica da gestão ambiental da piscicultura no nordeste do estado do Pará. Revista Acta of Fisheries and Aquatic Resources, v. 5 n. 2, p. 11-18, 2017.
[34] BRABO, M. F. et al. Potencial invasor de O. niloticus (Oreochromisniloticus) em microbacias hidrográficas do Nordeste paraense, Amazônia, Brasil. Magistra, Cruz das Almas – BA, v. 27, n.2, p.227-234, 2015.
[35] VITULE, J.R.S. et al. Intra‑country introductions unraveling global hotspots of alien fish specie. Biodiversity and Conservation: v.28 p.3037–3043, 2019.
[36] RONDÔNIA (Estado). Lei 3.437 de 9 de setembro de 2014. Dispõe sobre a aquicultura no estado de Rondônia e dá outras providências. Diário Oficial do Estado de Rondônia, n 2538, 2014.
[37] CAVALI, J. Classification and tipification system for fish in Rondônia. Organization of trade chain. Fapero Project 077. In process. 2018.
[38] DAGA, V.S.; GUBIANI, E.A.; CUNICO, A.M.; BAUMGARTNER, G. Effects of abiotic variables on the distribution of fish assemblages in streams with different anthropogenic activities in southern Brazil. Neotropical Ichthyology, v.10, n.3, 2012.
[39] CHANDLER M. et al. Involving Citizen Scientists in Biodiversity Observation. In: WALTERS and R.J. SCHOLES (Org.), The GEO Handbook on Biodiversity Observation Networks, Johannesburg South Africa: Springer Nature, 2017.
[40] TIAGO, P. M. N. Improving citizen science as a tool for biodiversity monitoring. 2017. (Doutoramento em Biologia, Biodiversidade). UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS, Lisboa, Portugal.

Downloads

Publicado

2020-09-22

Como Citar

SOARES, L., CAVALI, J., SIMÕES VITULE, J. R. ., & RODRIGUES DA COSTA DORIA, C. (2020). CIÊNCIA CIDADÃ COMO FORMA DE IDENTIFICAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES NÃO NATIVAS NA AMAZÔNIA : CITIZEN SCIENCE AS A WAY OF IDENTIFYING THE OCCURRENCE OF NON-NATIVE SPECIES IN THE AMAZON. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, 7(2), 145–159. Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/3471

Edição

Seção

Artigos Originais Ciências Biológicas