EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA

NJINGA E AS AHOSI NO ENSINO BÁSICO

Autores

  • Adriane Roberta Alves Universidade Federal de Ouro Preto - Ufop

Palavras-chave:

Educação, Racismo, Escola, África

Resumo

O presente artigo busca fazer uma reflexão a respeito do caráter subjetivo das personalidades africanas anticoloniais importantes na história da África, de modo a elucidar as práticas adotadas  para conduzir as relações coloniais e manter suas tradições vivas; bem como discutir o racismo no ambiente escolar e sua relação de causa e efeito para vida de crianças e adolescentes negras. Com enfoque na história como uma disciplina presente no currículo de formação das escolas brasileiras, com práticas pedagógicas, que incorporem nos planos de aula o estudo de biografias africanas, estabelecendo uma associação de identidade, valorização cultural, que está prevista nas competências da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), tais medidas como aulas direcionadas à cultura africana em relação ao papel que as figuras femininas anticoloniais desempenharam e desempenham podem  fazer com que meninas negras e meninos negros se reconheçam com os conteúdos, para além do período traumático que foi a escravidão moderna.

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Biografia do Autor

Adriane Roberta Alves, Universidade Federal de Ouro Preto - Ufop

Discente de mestrado no Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Ouro Preto (PPGHIS/Ufop). Graduada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).

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Publicado

2025-05-25

Como Citar

Alves, A. R. (2025). EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: NJINGA E AS AHOSI NO ENSINO BÁSICO. Revista Em Favor De Igualdade Racial, 8(3), 10–26. Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/RFIR/article/view/8292