A SUB-REPRESENTAÇÃO DA POPULAÇÃO NEGRA NOS QUADROS FUNCIONAIS DA UFJF
A NECESSIDADE DE FORTALECER A LEI 12990/2014
Palavras-chave:
Educação, Espaços, Universidade, Africanidades, AntirracismoResumo
Este artigo apresenta um recorte dos resultados obtidos na pesquisa desenvolvida no âmbito do Programa de Iniciação Científica, cujo objetivo foi estudar e descrever os espaços ocupados por negros e negras no âmbito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A intenção é utilizar esses dados para desenvolver ações que promovam o estudo das relações raciais existentes na UFJF e implementar práticas antirracistas em todos os ambientes desta Instituição, além de fortalecer a Lei 12.990/2014. Neste texto, apresentamos os resultados de uma pesquisa qualitativa, incluindo dados estatísticos sobre a representatividade de profissionais negros e negras na UFJF, considerando três espaços: os campi de Juiz de Fora e Governador Valadares e o Colégio João XXIII. A análise desses dados permite fazer algumas reflexões sobre a sub-representação de servidores efetivos negros e negras na instituição. Para alcançar os objetivos propostos, realizamos uma investigação baseada em documentos disponíveis na Universidade Federal de Juiz Fora, nos quais se identificam as informações de cor/raça de professores e técnicos administrativos e educacionais, considerando o período de abril a maio de 2022. Dos resultados, destaca-se que a população negra, entre os servidores TAEs e docentes da UFJF, representa 19,53% – não representando nem 20% do total de servidores – enquanto 76,32% de servidores se identificam como brancos.
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