A REDENÇÃO DE CAM
IMAGEM-DESPERTADOR E IDEOLOGIA DO BRANQUEAMENTO
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.7.1-15Palavras-chave:
A redenção de Cam, Ideologia do branqueamento, RacismoResumo
A ideologia do branqueamento é uma das principais características do racismo no Brasil, e está na estrutura das relações sociais, atrelado basicamente ao aspecto referencial estético-fenotípico dos brasileiros. As reflexões tecidas neste artigo estão focadas na ideologia do branqueamento, e para tal, nos deteremos na obra “A redenção de Cam” (1895), do artista plástico espanhol Modesto Brocos (1852-1936). Tal obra foi amplamente utilizada por jornalistas, intelectuais e ideólogos do racismo no final do século XIX e início século XX, como forma de propagandear a necessidade de mudança racial da sociedade brasileira que consideravam demasiadamente negra. Segundo suas crenças racistas, o Brasil não avançava para um patamar elevado de civilidade e desenvolvimento econômico por ser atrasado justamente pela mistura de “raças”. Para compreender a influência da obra de Modesto Brocos ao propagandear a ideologia do branqueamento, vamos abordar topicamente alguns aspectos teóricos da imagem como forma de repercutir determinadas formas de pensar e conceber o Brasil. Especial atenção será dada à noção de imagem-despertador, seguindo as teorias de Rafael Mangana (2018), cujas ideias ajudam a compreender os impactos da obra de Brocos e sua “A Redenção de Cam”.
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