UM SORRISO NEGRO TRAZ FELCIDADE? UMA REFLEXÃO SOBRE A HISTORICIDADE, ASCENSÃO, MOBILIDADE SOCIAL E EDUCACIONAL DO NEGRO
Palavras-chave:
Bioética, Colonialidade, Mobilidade Social, Racismo SistêmicoResumo
O sistema opressivo que o negro suporta por séculos e a manutenção das práticas discriminatórias pelo fenômeno da colonialidade da vida obstaculizam sua ascensão à simples condição de gente comum, ou igual a todos os demais, sendo mais difícil ele obter educação e dignidade. Indagado com a dúvida quanto aos mecanismos que fazem emergir o sentimento de inferioridade na academia, o objetivo deste estudo é desvendar nuances de atualização da opressão, da estigmatização e da discriminação racial. Foram analisadas, nesse estudo, as teorias descritas na literatura e correlacionadas com o princípio de não estigmatização e não discriminação da Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos da Unesco para pensarmos estrategicamente acerca do enfrentamento de um ciclo cumulativo de desvantagens que afetam a mobilidade social e educacional da população negra. Os resultados desse estudo são as ferramentas para a libertação da concepção tradicionalista que define o negro como econômica, política e socialmente inferior e submisso. Logo, com estas ferramentas, se desenha novos caminhos através da prática amorosa à medida que se transforma em outros textos, perspectivas e possibilidades.
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