O PAPEL DA PEDAGOGIA ANTIRRACISTA NA CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE ESTUDANTES NEGROS

Autores

  • Taisa Silva Pereira Universidade do Estado da Bahia - Uneb

Palavras-chave:

Pedagogia Antirracista, Identidade, Racismo Escolar

Resumo

O presente trabalho teve como propósito discutir como a pedagogia antirracista pode contribuir para a construção identitária dos alunos do primeiro ano na escola de nome fictício Orquídea, compreender os conceitos de racismo, racismo escolar e de identidade, identificar a importância das discussões étnico-raciais na prática pedagógica e analisar a representação que os estudantes fazem de si mesmo a partir da discussão das diferenças étnico-raciais. Para isso, buscou-se, primeiramente, referencial teórico para entender os aspectos históricos e a materialização do racismo no país, depois foram discutidos os conceitos de identidade na perspectiva do currículo e da formação docente. Para embasar a discussão étnica na pesquisa, foi realizado o projeto colaborativo “Quem sou eu: Em cores e texturas” em uma turma de primeiro ano de uma Escola da cidade de Mata de São João. Como metodologia de pesquisa, foi utilizada a abordagem qualitativa, já a coleta de dados foi feita através de observações, entrevista com a professora regente da turma e um projeto colaborativo, que forneceu informações importantes para discutir a relevância da pedagogia antirracista em sala de aula. Através do presente trabalho foi possível refletir sobre a importância da utilização de recursos didáticos que abordem as questões étnico-raciais de acordo com a faixa etária dos estudantes, além do uso de recursos didáticos e obras literárias que coloquem a figura do negro como protagonista e retratem de maneira valorizada as características físicas oriundas da miscigenação.

Biografia do Autor

Taisa Silva Pereira, Universidade do Estado da Bahia - Uneb

Professora da Educação Básica na Secretaria Municipal de Educação de Mata de São João/BA (Seduc). Discente de mestrado no Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia (PPGEduc/Uneb). Especialista em História e Cultura Afro-brasileira e Africana pela Faculdade São Luís. Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Referências

ALMEIDA, Silvio Luiz de Racismo Estrutural.São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen- 2019.

BRASIL. Lei na 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira no ensino fundamental e médio. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Ministério da Educação, 2003. Oficial da União de 10 de janeiro de 2003.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,

CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Racismo e Anti-racismo na Educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro; Summus, 2001.

CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do Lar ao Silêncio Escolar: Racismo, Preconceito e Discriminação na Educação Infantil. São Paulo: Contexto, 2005.

GOLDENBERG, Mirían. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa 8*ed. qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 2004.

GOMES, Nilma Lino. Alguns Termos E Conceitos Presentes No Debate Sobre. Relações Raciais No Brasil: Uma Breve Discussão. História. Coleção para Todos. Secretaria de educação Continuada, Alfabetização e Diversidade- Brasília: Ministério da Educação, 2005.

GOMES, Nilma, L. e Anete Abramowicz. Educação e raça - Perspectivas políticas, pedagógicas e estéticas. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo Autêntica, 2010.

GOMES, Nilma Lino. "Educação, raça e gênero: relações imersas na alteridade". Cadernos Pagu: raça e gênero, Campinas: Unicamp, 1996.

LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, Editora Pedagógica e Universitária, 1986.

MUNANGA. Kabengele. Superando o Racismo na escola. 2. ed. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.

MUNANGA, Kabengele. Algumas considerações sobre a Diversidade e a Identidade Negra no Brasil. In: MINISTÉRIO, da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Diversidade na Educação: reflexões e experiências. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2003.

OLIVEIRA, Kiusam de. O mar que banha a Ilha de Goré. São Paulo: Editora Peirópolis, 2015.

PASSOS, M. C. A. dos; PINHEIRO, B. C. S. Do epistemicídio à insurgência: o currículo decolonial da Escola Afro-Brasileira Maria Felipa (2018-2020). Cadernos de Gênero e Diversidade, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 118–135, 2021.

PAULA, Benjamin Xavier de; GUIMARÃES, Selva. 10 anos da lei federal no 10.639/2003 e a formação de professores: uma leitura de pesquisas científicas. Educação e Pesquisa, v. 40, n. 2, pp. 435-448, 2014.

PINTO, BARREIRO E SILVEIRA. Formação continuada de professores: ampliando a compreensão acerca deste conceito. Revista Thema,[S. l.], v. 7, n. 1, 2009.

ROCHA, C. L. A. Ação afirmativa: o conteúdo democrático do princípio da igualdade jurídica. Revista Trimestral de Direito Público, São Paulo, n.15, 1996.

SACRISTÁN, G., J. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SILVA, Andressa Queiroz da; ROCHA, Flávia Rodrigues Lima da. Formações de professores e a lei 10.639/03: Por uma descolonização do (s) saber (es) na escola. Revista Em Favor de Igualdade Racial, Rio Branco, v. 3, n. 1 p. 02-20, ago/jan 2020.

Downloads

Publicado

2024-11-21

Como Citar

Pereira, T. S. (2024). O PAPEL DA PEDAGOGIA ANTIRRACISTA NA CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE ESTUDANTES NEGROS. Revista Em Favor De Igualdade Racial, 7(3), 90–101. Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/RFIR/article/view/6817

Edição

Seção

ARTIGOS