O RACISMO ESTRUTURAL NA DERMATOLOGIA BRASILEIRA

Autores

  • Giovanna Alimenti Polegato Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP)
  • Alvaro Luiz Travassos de Azevedo Gonzaga Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP
  • Gisele Pereira Aguiar Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP

DOI:

https://doi.org/10.29327/269579.7.1-9

Palavras-chave:

Racismo estrutural, Dermatologia brasileira, Particularidades da pele negra

Resumo

O presente artigo busca escancarar o racismo estrutural na dermatologia brasileira. Realizou-se uma análise histórica para que se compreenda o racismo, no âmbito da dermatologia, como um processo histórico, em que as características físicas de pessoas de pele branca são valorizadas, de forma que se eleva o estudo das particularidades da pele branca na dermatologia brasileira. Observa-se que tal estratégia faz parte de uma ferramenta de eugenia e de supremacia branca, que faz com que se despreze o estudo das particularidades da pele negra na área da dermatologia brasileira. O direito, como ferramenta antidiscriminatória, pode ser utilizado para introduzir, na Lei nº 8.080/90, a Lei Orgânica da Saúde, um protocolo de tratamento médico que inclua o estudo das particularidades da pele negra. É igualmente importante que o Ministério da Educação (MEC), em controle de qualidade do curso de medicina, inclua a abordagem de protocolos de tratamento da pele negra na disciplina de dermatologia.

Biografia do Autor

Giovanna Alimenti Polegato, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP)

Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).

Alvaro Luiz Travassos de Azevedo Gonzaga, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP

Livre Docente, Professor de Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Professor Visiting Schollar da Universidade de Coimbra no Ius Gentium Conimbrigae/Centro de Direitos Humanos (IGC/CDH). Pós-doutorado em História das Ideias Jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, em Democracia e Direitos Humanos - Direito, Política, História e Comunicação pela Universidade de Coimbra e em História dos Povos Indígenas pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Doutor e Mestre em Filosofia do Direito e do Estado e Graduado em Direito pela PUC-SP e em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP).

Gisele Pereira Aguiar, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP

Discente de doutorado e Mestra em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) (2022). Graduada em Direito (2015) pela Universidade Estácio de Sá (Unesa). Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Candido Mendes – UCAM e em Direito Antidiscriminatório pela Unidombosco. Advogada.

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Publicado

2024-03-21

Como Citar

Alimenti Polegato, G., Gonzaga, A. L. T. de A., & Gisele Pereira Aguiar. (2024). O RACISMO ESTRUTURAL NA DERMATOLOGIA BRASILEIRA. Revista Em Favor De Igualdade Racial, 7(1), 98–115. https://doi.org/10.29327/269579.7.1-9

Edição

Seção

ARTIGOS