“A MINHA MORADA É ONDE EU ME SINTO BEM”
TECENDO DIÁLOGOS E (RE)EXISTÊNCIAS ENTRE AS/OS PROFESSORAS/ES DA ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA PATAXÓ MUÃ MIMATXI E DA ESCOLA MUNICIPAL DE BENTO RODRIGUES
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.6.3-2Palavras-chave:
Educação. Diáspora. Conflitos socioambientais.Resumo
O presente artigo busca refletir sobre as diásporas e confluências da escola Municipal de Bento Rodrigues (Mariana-MG) e da Escola Estadual Indígena de Muã Mimatxi(Itapecirica-MG), considerando os Tehêys de Pescaria do Conhecimento, produzidos por Dona Liça Pataxoop, como instrumentos pedagógicos para a construção de (re)existências a colonialidade. Apresentamos reflexões a partir do curso de extensão realizado pela Universidade Federal de Ouro Preto e a Universidade Federal de Minas Gerais, em 2022. Essa proposta justifica-se pela urgência de ações comprometidas com a desconstrução de narrativas colonizadoras acerca dos povos indígenas. Utilizamos como método o relato de experiências pautadas em reflexões críticas das vivências compartilhadas no curso de extensão. Dialogamos com as intelectuais negras Sueli Carneiro, Maria Beatriz Nascimento e Lélia Gonzalez, a pesquisadora israelita Ella Shohat, o mestre quilombola Nego Bispo e o sociólogo afro-britânico Paul Gilroy. Como resultado, temos que as trajetórias das duas comunidades, entrecruzam-se no âmbito da diáspora. Os Tehêys de Pescaria do Conhecimento são uma forma contra hegemônica de narrar, através da agência de Dona Liça Pataxoop, a história do seu povo. Destacamos também que as trocas, são impulsionadoras para que a população de Bento Rodrigues também seja gestora de sua própria história.
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