RELATÓRIO FIGUEIREDO E NECROPOLÍTICA
DA POLÍTICA DE PROTEÇÃO AO GENOCÍDIO INDÍGENA
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.6.2-2Palavras-chave:
Relatório Figueiredo, Necropolítica, Povos IndígenasResumo
O artigo analisa a relação entre Estado e os povos indígenas com base no Relatório Figueiredo, documento que expõe a violência estatal contra as populações originárias, refletindo o caso da etnia Cinta Larga descrito no relatório. A análise será feita a partir do conceito de Necropolítica do historiador camaronês Achille Mbembe, que problematiza a relação entre poder e morte como objeto de gestão, comparando a política de morte à política de extermínio indígena. O objetivo é refletir as ações colonialistas de forças políticas, econômicas e estatais que agem contra os indígenas caracterizadas como um poder necropolítico. O primeiro tópico questiona as práticas coloniais que ainda estão presentes nas instituições do Estado. Em seguida, uma análise do Relatório Figueiredo sobre a violência como uma política de morte e controle do Estado. Por fim, uma reflexão sobre a Necropolítica como um projeto de poder quando outras forças, para além do Estado, invadem terras indígenas mantendo a lógica colonial.
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