“SERIA O LÁPIS UM MARCADOR?”
UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA NO ENSINO BÁSICO À LUZ DO CURTA-METRAGEM DÚDÚ E O LÁPIS COR DA PELE (2018)
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.6.3-8Palavras-chave:
Educação antirracista, Criança negra, Curta-metragemResumo
A pedagogização do cinema vem se generalizando como um profícuo caminho para a diversificação de instrumentos do trabalho docente, sobretudo no ensino básico. Desse modo, o presente artigo se propõe a discutir as representações étnico-raciais abarcadas no curta-metragem Dúdú e o Lápis Cor da Pele (2018), cujo enfoque é o papel decisivo que a escola possui diante da construção identitária da criança negra, destacando que o convencional “lápis cor da pele” se aproxima muito mais da alcunha de marcador social da diferença racial. Para tanto, dialogamos com autores que: empreenderam debates em torno do racismo no Brasil, a saber Munanga (2004) e Almeida (2019); e se debruçaram em traçar possíveis caminhos para a implementação de uma educação antirracista, como Gomes (1999) e Andrade (1999). Como encaminhamento das questões levantadas, a análise do tensionamento racial presente no curta-metragem possibilitou a elaboração de uma proposta didática para professores que atuem na educação básica, marcadamente na disciplina de História, com vistas a ressignificar os valores e práticas sobre diversidade no ambiente escolar.
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