BRANQUITUDE E UMBANDA
UMA ANÁLISE DOS DISCURSOS ACERCA DAS COSMOVISÕES UMBANDISTAS
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.6.2-14Palavras-chave:
Umbanda, branquitude, racismo religiosoResumo
No presente artigo buscamos problematizar os discursos presente na tese “Espiritismo de Umbanda na evolução dos povos: fundamentos históricos e filosóficos” apresentada no I Congresso do Espiritismo de Umbanda, assim como algumas fotografias deste evento. Almejando colocar em evidência a influência da branquitude na construção das cosmovisões umbandistas e sua história, já que essa tese foi elaborada e apresentada por um homem branco. Destacando a importância de investigar os espaços ocupados por pessoas não racializadas no Estado brasileiro. Deste modo, nos aproximamos das discussões promovidas por Bento (2022) e Silva (2017) acerca do conceito de branquitude e Nogueira (2020) sobre o racismo religioso para subsidiar nossas análises. No que tange a metodologia, adotou-se a Análise de Discurso por possibilitar adentrar no mundo simbólico das linguagens, fluindo ao encontro do dito e não dito, consequentemente, evidenciando o caráter ideológico do mesmo. Neste caminho foi possível notarmos a busca pelo embranquecimento das práticas umbandistas, onde mergulhavam em cosmovisões de base cristã com o intuito de desafricanizar e desindiginezar as Umbandas, alimentando novas formas de materializar o racismo religioso.
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