A AFETIVIDADE PARA A DESCONSTRUÇÃO DO RACISMO E DA DESIGUALDADE AFETIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Autores

  • Olívia Alexsander Gabriel Universidade Católica de Brasília - UCB
  • Luciano Blasius Universidade Católica de Brasília - UCB

DOI:

https://doi.org/10.29327/269579.6.2-13

Palavras-chave:

Racismo, Afetividade, Educação, Educação Infantil, Desigualdade Afetiva

Resumo

O racismo é uma violência silenciosa e estrondosa vinda de várias pessoas. e pessoas pretas sofrem por isso diariamente em todos os âmbitos. O espaço escolar não é apenas responsável pela educação formal de crianças, mas também pelo despertar do autoconhecimento para a construção de um desenvolvimento integral e saudável, envolvendo todas as relações interpessoais da criança. Deparar-se com o racismo, já no desenvolvimento infantil, é prejudicial para a construção da identidade da criança preta, principalmente pela desigualdade afetiva recebida, pelos olhares e pelas falas que a reduzem, potencializando a falta de segurança em si. A desigualdade afetiva em relação às crianças pretas, durante a Educação Infantil, causa dores profundas e duradouras. A educação para as relações étnico-raciais e o entendimento referente ao racismo estrutural são essenciais para a sociedade, principalmente no Brasil, país que mais sequestrou populações africanas para a escravização. Neste cenário, o objetivo desta pesquisa é fomentar discussão crítica e reflexiva sobre a importância do papel da escola e de como a afetividade pode ser usada como ferramenta contra o racismo na Educação Infantil. Precisamos discutir e procurar maneiras de enfrentamento ao racismo em todo e qualquer espaço. Considerando historicamente a situação brasileira, a discussão sobre racismo estrutural é relativamente recente, ganhando força com a criação da Lei nº 10.639/03, ampliada pela Lei nº 11.645/08, que inclui a obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura Afro-brasileira e Indígena em toda a rede de ensino. Contudo, ainda se faz necessário compreender que, para além da educação formal, é preciso descolonizar as ideias de professores/as e de profissionais da educação, a fim de que tenham olhar humanamente diferenciado sobre crianças pretas dentro da escola.

Biografia do Autor

Olívia Alexsander Gabriel, Universidade Católica de Brasília - UCB

Graduada em Pedagogia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Discente de Pós-graduação Latu Sensu em Psicopedagogia na UCB.

Luciano Blasius, Universidade Católica de Brasília - UCB

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Coordenador do Curso de Pedagogia da Universidade Católica de Brasília (UCB).

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Publicado

2023-07-25

Como Citar

Gabriel, O. A., & Blasius, L. (2023). A AFETIVIDADE PARA A DESCONSTRUÇÃO DO RACISMO E DA DESIGUALDADE AFETIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Revista Em Favor De Igualdade Racial, 6(2), 156–168. https://doi.org/10.29327/269579.6.2-13

Edição

Seção

ARTIGOS