CORPOS NEGROS ENEGRECENDO TEATROS
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.5.3-10Palavras-chave:
Cia Clanm, Dança negra, EnegrecimentoResumo
Como bailarina da Cia. Clanm de dança, participei da estreia do espetáculo “Manifesto Elekô” em abril de 2022, de onde saí com diversas reverberações, que inspiraram esta escrita. A Clanm é uma companhia de danças negras contemporâneas que, no espetáculo citado, se baseia no mito da sociedade matriarcal de Elekô, regida pela Orixá guerreira Obá, para refletimos sobre as vivências de mulheres negras na atualidade. A estreia do espetáculo, que contou com um público majoritariamente negro e feminino, foi seguida por um momento de debate entre plateia e companhia. A partir de temas abordados em tal evento, que caracterizo como uma “situação social” (GLUCKMAN, 2010), promovo reflexões sobre o termo “enegrecimento” com o apoio do texto de Silva (2011); sobre o enegrecimento de espaços artísticos e suas consequências, utilizando, principalmente, o texto de Kilomba (2019); e sobre o papel do compartilhamento de histórias de mulheres negras para a construção de uma subjetividade própria, a partir dos escritos de hooks (2019). Com o objetivo de compartilhar a minha vivência, enquanto artista negra envolvida no exercício do enegrecimento de espaços de produção de arte, elaboro essa prática escrita a partir de uma experiência corporal e emocional própria. Com isso, busco aprofundar as reflexões e questionamentos sobre a ttemática do enegrecimento de espaços artísticos e seus frutos.
Referências
FERRAZ, F. M. C. Rede Terreiro: pluralidades na dança negra contemporânea. Antropolítica, Niterói, n. 33, p. 73-97, 2.sem. 2012.
GLUCKMAN, M. Análise de uma situação social na Zululândia moderna. In: FELDMAN-BIANCO, B. Antropologia das sociedades contemporâneas: métodos. 2ª. ed. São Paulo: UNESP, 2010.
GOMES, N. L. Movimento negro e educação: ressignificando e politizando a raça. Educação e sociedade, Campinas, v. 33, n. 120, p. 727-744, jul.-set. 2012. Disponivel em: <http://www.cedes.unicamp.br>.
GONZALEZ, L. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
HOOKS, B. Mulheres negras revolucionárias: nos transformando em sujeitas. In: HOOKS, B. Olhares Negros: Raça e Representação. Tradução de Stephanie Borges. 1ª. ed. São Paulo: Elefante, 2019. Cap. 3, p. 96-127.
KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
MARTINS, C. Obá: a amazona belicosa. Rio de Janeiro: Pallas, 2011.
MBEMBE, A. Crítica da Razão Negra. 2ª. ed. São Paulo: n-1 edições, 2018.
MINTZ, S. W. Cultura: uma visão antropológica. Tempo , Niterói, v. 14, n. 28, p. 223-237, 2010. Tradução: James Emanuel de Albuquerque.
SILVA, P. B. G. E. Entre o Brasil e a África: construindo conhecimento e militância. Belo Horizonte: Mazza edições, 2011.
SOUZA, N. S. Tornar-se negro, ou as vicissitudes da identidade do negro barsileiro em ascensão social. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1990.
ZUMTHOR, P. Performance, recepção e leitura. Tradução de Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Ubu, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Thalita Ferreira Arante de Almeida
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.