VIVÊNCIAS DE OFICINAS COM BRINCADEIRAS CULTURAIS AFRICANAS E INDÍGENAS EM AÇÃO EXTENSIONISTA NO CAP/UFAC

Autores

  • Francisca Karoline Rodrigues Braga Ramos Universidade Federal do Acre - Colégio de Aplicação
  • Pamela Hingred de Souza Freitas Apurinã Empresa Master Ideias
  • Tavifa Smoly Araripe Universidade Federal do Acre

DOI:

https://doi.org/10.29327/269579.5.3-3

Palavras-chave:

Brincadeiras culturais em família, Extensão, Educação étnico-racial

Resumo

O presente trabalho objetiva compartilhar a experiência realizada a partir do projeto de extensão Brincando com minha família em casa: entre culturas, tempos, memória e reciclagem, especificamente com a vivência de oficinas culturais indígenas e africanas, desenvolvidas em formato remoto com famílias e crianças da comunidade escolar interna e externa ao CAp/UFAC. Para a fundamentação utilizou-se as contribuições de Alves e Ghiggi (2012), Cordazzo e Vieira (2007), Glissant (2005), Cunha (2016), dentre outros, que discorrem  teoricamente  sobre o desenvolvimento infantil em suas várias dimensões a partir do ato de brincar, considerando especialmente, a questão diversidade étnico-cultural como elemento a ser trabalhado sob a perspectiva lúdica, enquanto forma de valoração das diferenças culturais que conformam a cultura brasileira. Os participantes do projeto puderam vivenciar oficinas em formato síncrono e assíncrono com a colaboração de indígenas e não indígenas, pesquisadores e profissionais de diversas áreas. Durante as vivências com as oficinas culturais, familiares e crianças puderam ser protagonistas no processo de apreensão do mundo e das culturas compósitas que formam a cultura brasileira. Nesse processo de vivência, a alteridade e a intervalorização foram elementos precípuos para a interação e participação nas brincadeiras.

Biografia do Autor

Francisca Karoline Rodrigues Braga Ramos, Universidade Federal do Acre - Colégio de Aplicação

Mestre em Letras: Linguagem e Identidade pela Universidade Federal do Acre; especialista em Sociologia para o Ensino Médio pela Universidade de Brasília - UNB; especialista em Gestão de Políticas Públicas com Ênfase em Gênero e Relações Etnorraciais, pela Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP; especialista em Gestão Escolar pela Universidade Federal do Tocantins, em parceria com a Sociedade de Educação Continuada - EDUCON, e graduada em Pedagogia, pela Universidade Federal do Acre. Faz parte do grupo de estudos e pesquisas "Educação, culturas, identidades e cidadania", cujo foco se volta às iniciativas desenvolvidas por escolas e/ou professores da educação básica, no Estado do Acre, que se proponham a considerar, respeitar e valorizar, no processo educativo escolar, especificidades sociais, multi/interculturais promovendo, a partir da escola, a busca pelo diálogo entre os diferentes como recurso para o exercício da cidadania. Atuou como assessora pedagógica na Coordenação Estadual de Jovens e Adultos e Programas Especiais - COEJAPE/SEE, trabalhando prioritariamente com a formação pedagógica continuada de professores, coordenadores e assessores pedagógicos dos demais municípios do Estado do Acre. Atualmente, faz parte do quadro de professores efetivos do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre - UFAC.

Pamela Hingred de Souza Freitas Apurinã, Empresa Master Ideias

Xanupa, nome de Pamela Apurinã em sua língua materna, descende da miscigenação gerada nos períodos de extração da borracha nos Estados do Acre e Amazonas, com raízes indígena, nordestina e peruana. Acreana, graduada em Ciências Sociais com habilitação em Antropologia pela Universidade Federal do Acre - UFAC, pesquisou sobre os estereótipos direcionado aos indígenas brasileiros buscando questionar e refletir a origem desses pensamentos, trabalhou como escritora e coautora de livro: Atualizar o Mito: Práticas Indígenas na Universidade e de revistas: Quebrando preconceitos, construindo respeito: Luta e Resistência dos Povos Indígenas no Brasil e Ser Mulher Indígena é? Narrativas de mulheres indígenas brasileiras buscando desmistificar a imagem do indígena retrógrado. Atuou também na execução da lei 11.645 nas escolas de Rio Branco, juntamente com outros estudantes indígenas durante a graduação, sua monografia teve como tema: os estereótipos indígenas e identidade. Através de convites, atua como Comunicadora Indígena nas mídias sociais sobre os assuntos ditos anteriormente.

Tavifa Smoly Araripe, Universidade Federal do Acre

Possui graduação em Normal Superior pela Faculdade de Viçosa (2006), graduação em Pedagogia pela Universidade Norte do Paraná (2017), especialização pela Faculdade Integrada de Várzea Grande - FIVE (2006) e mestrado em Letras - Linguagem e Identidade pela Universidade Federal do Acre (2011). Atualmente é docente do Ensino Básico Técnico e Tecnológico no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre. Com experiência na área de Educação, ênfase em Educação e Ensino, atuando principalmente nos seguintes temas: práticas de inclusão e metodologias ativas de aprendizagem.

Referências

ALVES, Marcos Alexandre; GHIGGI, Gomercindo. Pedagogia da alteridade: o ensino como condição ético-crítica do saber em Levinas. Educação e Sociedade, Campinas, v. 33, n. 119, p. 577-591, abr./jun.2012. Disponível em: http https://www.scielo.br/j/es/a/9SF8LpLZZkptK5RhYcFZ9Cq/abstract/?lang=pt. Acesso em: 21 mai. 2021.

BARBOSA, Rogério Andrade. Kakopi, kakopi! Brincando e jogando com as crianças de vinte países africanos. São Paulo: Editora Melhoramento, 2019.

BRASIL. Lei nº 11.645/2008, inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 16 mai. 2022.

CORDAZZO, Scheila Tatiana Duarte; VIEIRA, Mauro Luís. A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro , v. 7, n. 1, jun. 2007 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812007000100009&lng=pt&nrm=iso>.Acesso em: 02 ago. 2021.

CUNHA, Débora Alfaia da. Brincadeiras africanas para a educação cultural. Castanhal, PA: Edição do autor, 2016.

GLISSANT, Édouard. Introdução a uma poética da diversidade. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Brinquedos e brincadeiras na Educação Infantil. In: SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – PERSPECTIVAS ATUAIS, 1. Belo Horizonte, 2010 Anais... 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/7155-2-3-brinquedos-brincadeiras-tizuko-morchida/file. Acesso em: 16 mai. 2022.

OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento - um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993.

Universidade Federal do Acre. Plano de Desenvolvimento Institucional 2020 -2024. Coordenação Pró-reitora de Planejamento . Rio Branco: Universidade Federal do Acre, 2020. Disponível em: https://www.ufac.br/site/ufac/proplan/plano-de-desenvolvimento-institucional/pdi-2020-2024.pdf/view. Acesso em: 20 mai. 2022.

Downloads

Publicado

2022-11-20

Como Citar

Rodrigues Braga Ramos, F. K., de Souza Freitas Apurinã, P. H., & Smoly Araripe, T. (2022). VIVÊNCIAS DE OFICINAS COM BRINCADEIRAS CULTURAIS AFRICANAS E INDÍGENAS EM AÇÃO EXTENSIONISTA NO CAP/UFAC . Revista Em Favor De Igualdade Racial, 5(3), 19–33. https://doi.org/10.29327/269579.5.3-3

Edição

Seção

ARTIGOS