“AH ÁFRICA, TERRA MÃE, BERÇO DA HUMANIDADE”
UMA PROPOSTA DE ENSINO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA A PARTIR DO DESENHO SUPER-CHOQUE
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.4.3-9Palavras-chave:
Ensino de História, História da África, Super-ChoqueResumo
Este trabalho aborda historiograficamente o uso de dois episódios da animação Super-Choque no ensino de História da África. Trata-se de uma narrativa ficcional estadunidense protagonizada e referendada racialmente, com personagens principais negros e possibilidades de debates sobre visibilidade. Produzida a partir de 2000, Super-Choque (originalmente Static Shock) foi trazida e traduzida ao Brasil, ganhando notoriedade e ainda exercendo prestígio em debates públicos sobre representatividade e identidade racial. De acordo com a lei 10.639/03, este trabalho pretende analisar o uso dos episódios selecionados, enquanto instrumento pedagógico paradidático para inclusão do ensino de História e Cultura da África. A metodologia parte da análise fílmica através da captura das cenas e das narrativas ficcionais e suas possibilidades de diálogos com a realidade crítica. A abordagem crítica, a contextualização das questões raciais contemporâneas e os trajetos históricos da narrativa ficcional, bem como a historicidade da região de Gana, da civilização Ashanti e sua representação na animação, conferem à pesquisa seu teor de construção de um saber e aplicação em sala de aula. O uso do desenho animado Super-Choque enquanto um material didático, possibilita que os alunos estejam em contato com um conteúdo que faz parte do seu cotidiano, o que pode acarretar um maior interesse para aprender o conteúdo, além de aprender através do mesmo, questões acerca da história e cultura da África, rompendo com estereótipos eurocêntricos sobre o continente, além de questões como a identidade e reconhecimento em uma mídia ficcional audiovisual.
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