PERCEPÇÕES E DESAFIOS DE ESTUDANTES COTISTAS EM CURSO DE ALTO PRESTÍGIO SOCIAL DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.4.3-15Palavras-chave:
Ações Afirmativas, Estudantes, Ensino SuperiorResumo
O presente trabalho nasce das inquietações e pesquisas realizadas durante o Mestrado em Educação e Contemporaneidade, na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), concluído em 2016. Exponho, trago um recorte da dissertação que fala sobre as percepções, as superações e desafios dos estudantes diante das políticas de ações afirmativas, em especial às cotas raciais, em curso de maior prestígio social da UNEB. Para tanto, as discussões acerca de políticas afirmativas, têm sido de grande relevância social, no sentido de viabilizar as condições para o acesso. Para isso, a pesquisa buscou analisar a trajetória de estudantes cotistas em cursos de maior prestígio social, à época matriculados na Universidade do Estado da Bahia, bem como procurou compreender, quais caminhos percorreram para chegar à universidade, buscando identificar os aspectos e as estratégias que favoreceram e/ou dificultaram o acesso desses estudantes aos cursos escolhidos. Como aporte metodológico, utilizou-se a pesquisa qualitativa, tendo como método, o estudo de caso e a entrevista semi-estruturada como instrumento de coleta de dados. Sendo assim, o estudo aponta que o trajeto feito pelos estudantes cotistas foi marcado por inúmeras histórias de dificuldades, frente às quais a política de ações afirmativas emergiu como medida que proporcionou oportunidade de superação. Assim como permitiu, objetivamente, o acesso desses estudantes à universidade, potencializou as táticas criadas para subverter as dificuldades, permitindo vencer o medo, o preconceito e, consequentemente, a exclusão, que possivelmente decorreria no processo seletivo convencional.
Referências
BELLO, Luciane. Políticas de ações afirmativas na UFRGS: O processo de resiliência na trajetória de vida de estudantes cotistas negros com bom desempenho acadêmico. 2011. 141f. Dissertação de Mestrado em – Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação.Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/35089. Acesso em: 27 fev. 2021.
BONI, Valdete; QUARESMA, Sílvia Jurema. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. In: Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC. vol. 2, nº 1 (3), jan.jul/2005, p. 68-80.
DIR2. Entrevista concedida a Vandeilton Trindade Santana. Salvador, 04 dez. 2015.
DIR3. Entrevista concedida a Vandeilton Trindade Santana. Salvador, 04 dez. 2015
FERES JÚNIOR, João et al. História da ação afirmativa no Brasil. In: Ação afirmativa: conceito, história e debates [online]. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2018, p. 65-89. Disponível em: http://books.scielo.org/id/2mvbb. Acesso em: 27 fev. 2021.
FIGUEIREDO, ngela. Classe média negra: trajetórias e perfis. Salvador: EDUFBA, 2012.
FIGUEIREDO, Erika Suruagy Assis de. As ações afirmativas na educação superior: política de inclusão ou exclusão? Feira de Santana: UEFS Editora, 2011.
FISIO2. Entrevista concedida a Vandeilton Trindade Santana. Salvador, 24 fev. 2016.
FISIO4. Entrevista concedida a Vandeilton Trindade Santana. Salvador, 24 fev. 2016
FONSECA, Dagoberto José. Políticas públicas e ações afirmativas. São Paulo: Selo Negro, 2009.
GOMES, Joaquim Benedito Barbosa. A recepção do Instituto da Ação Afirmativa pelo Direito Constitucional Brasileiro. In: Sales Augusto dos Santos (Org.). Ações Afirmativas e o Combate ao Racismo nas Américas. Coleção Educação Para Todos. Brasília, 2007.
MATTOS, Wilson Roberto de. MACEDO, Kize Aparecida Silva de. MATTOS, Ivanilde Guedes de. 10 anos de ações afirmativas na Uneb: desempenho comparativo entre cotistas e não cotistas de 2003 a 2009. Revista da ABPN. v. 5, n. 11. jul.– out, 2013, p. 83-99. Disponível em: file:///D:/Documents/Downloads/400-1477-1PB.pdf. Acesso em: 11 mar. 2021.
MATTOS, Wilson Roberto. O Ano do Começo: Características e Aspectos Iniciais da Implantação do Sistema de Cotas para Negros na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). In: Plurais Revista Multidisciplinar da UNEB. Salvador, v. 1, n. 1, p. 120-142, jan./abr. 2010. Disponível em: file:///D:/Documents/Downloads/7-6-1-PB.pdf. Acesso em: 08 mar. 2021.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. GOMES, Romeu; DESLANDES, Suely Ferreira. (Orgs). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 31. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
MOEHLECKE. Sabrina. Ações Afirmativas: História e debates no Brasil. In: Cadernos de Pesquisa, n. 117, novembro/2002, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/n117/15559.pdf. Acesso em: 12 mar. 2021.
PSI1. Entrevista concedida a Vandeilton Trindade Santana. Salvador, 28 dez. 2016.
QUEIROZ, Delcele Mascarenhas. O negro, seu acesso ao ensino superior e as ações afirmativas no Brasil. In: BERNARDINO, Joaze; GALDINO, Daniela (Orgs). Levando a Raça a Sério: ação afirmativa e universidade. Rio de Janeiro: PD&A, 2004, p.137-156.
QUEIROZ, Delcele Mascarenhas. O Estágio Atual das Políticas Afirmativas nas Universidades Brasileiras. Revista TOMO, n. 24 (2014): jan./jun. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/tomo/article/view/3192. Acesso em: 10 jan. 2021.
SANTANA, Vandeilton Trindade. Estudantes cotistas em curso de alto prestígio social da Universidade do Estado da Bahia: Percepções, enfrentamentos e superações. 2019. 109f. Dissertação de Mestrado em Educação e Contemporaneidade. Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Educação, Salvador, 2019. Disponível em: http://www.cdi.uneb.br/site/wp-content/uploads/2019/09/17-07-VANDER-DISSERTA%C3%87%C3%83O-2.pdf. Acesso em: 09 jan. 2021.
SANTOS, Dyane Brito Reis. Curso de branco: uma abordagem sobre o acesso e a permanência de estudantes de origem popular nos cursos de saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). In: Revista Contemporânea de Educação, vol. 12, n. 23, jan/abr de 2017. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/view/3229/7579. Acesso em: 11 jan. 2021.
SANTOS, Dyane Brito Reis. Para além das cotas: a permanência de estudantes negros no ensino superior como política de ação afirmativa. 2009. 214f. Tese de doutorado. Universidade Federal da Bahia – Faculdade de Educação, Salvador, 2009. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11778. Acesso em: 11 jan. 2021.
SILVA, Cidinha. Ações Afirmativas em educação: um debate para além das cotas. In: SILVA, Cidinha (Org.). Ações afirmativas em educação: experiências brasileiras. São Paulo: Summus, 2003.
TERRA, Rosane Beatris Mariano da Rocha Barcellos; CARRARO, Guilherme Streit; FERREIRA, Maria Paula da Rosa. As Políticas Públicas de Inclusão ao Ensino Superior: uma análise do contexto brasileiro nos últimos 20 anos. Seqüência [SIC] (Florianópolis), n. 83, p. 142-159, dez. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-70552019000300142&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 11 jan. 2021.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA. Conselho Universitário. Resolução 196/2002, de 25 de julho de 2002. Dispõe sobre estabelecer a quota mínima de 40% (quarenta por cento) para a população afro-descendente, oriunda de escola pública, no preenchimento das vagas relativas aos cursos de graduação e pós-graduação oferecidos pela Universidade do Estado da Bahia. Salvador: Conselho Universitário, 2002. Disponível em: <http://www.redeacaoafirmativa.ceao.ufba.br/uploads/uneb_resolucao_2002_196_1.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2021
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Vandeilton Trindade Santana
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.