HERDEIRAS DAS TRADIÇÕES AFRICANAS
TRABALHO, CULTURA, LAZER ONTEM E HOJE NA CIDADE DE VIGIA-PA
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.4.3-14Palavras-chave:
Mulher Negra, Cultura do carimbó, AmazôniaResumo
Este artigo objetiva mostrar a trajetória das mulheres negras na construção da sociedade amazônica a partir de uma cidade secular chamada Vigia de Nazaré, localizada no Nordeste do Estado do Pará, enfatizando o fomento ao trabalho, à cultura, ao lazer e à (in)visibilidade dessas herdeiras da cultura e memória africanas. O presente artigo envolveu pesquisa documental em arquivos da cidade de Vigia-PA; pesquisa bibliográfica para análise dos dados; pesquisa de campo; análise qualitativa; entrevistas semiestruturadas. E entre os principais autores estão Amaral (1994, 2014), Algranti (1988), Kofes (2001), Palheta (1995), Salles (2005) e Velloso (1990). O artigo também aponta investidas nas invisibilidades dos trabalhos desenvolvidos pelas mulheres negras e por suas práticas culturais, que não eram reconhecidas por parte do poder público municipal e tampouco estadual, por isso órgãos competentes não desenvolveram projetos de valorização da cultura imaterial, muito menos a valorização da cultura afro-brasileira no município de Vigia.
Referências
ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth. Julgados das terras: cadeia de apropriação e atores sociais em conflitos na ilha de Colares, Pará. Belém: EDUFPA, 2004
ALGRANTI. L. M. O feitor ausente: estudos de escravidão urbana no Rio de Janeiro, 1808-1821. Rio de Janeiro, Vozes, 1988.
AMARAL, Assunção José Pureza. “Chama Verequete”: etnografia da trajetória e das vicissitudes de um compositor negro paraense. 1994. 50 f. Monografia (Licenciatura em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
AMARAL, Assunção José Pureza; CORDEIRO, Raimundo Paulo Monteiro. Entre homens e mulheres, escravizados e libertos, campo e cidade – eis as tias “negras” do carimbó na fronteira do saber na cidade da Vigia/PA. In: Revista Cadernos do CEOM/Unochapecó, Ano 25, n.37 – Fronteiras – Santa Catarina, 2014.
CÓDIGO de Posturas Municipal da cidade de Vigia de 1883. Encontra-se no Arquivo Público do Estado do Pará (Belém).
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: ASHOKA EMPREENDEDORES SOCIAIS; TAKANI CIDADANIA (Orgs.). Racismos contemporâneos. Rio de Janeiro: Takano Editora, 2003. [Coleção valores e atitudes, série Valores; n. 1. Não discriminação].
CORDEIRO, Paulo. Carimbó da Vigia. Edição do Autor, 2010, p.93.
CORDEIRO, Paulo. A mulher da Sociedade Vigiense (de 1917 a década de 70). Cidade de Vigia/PA. Ed. do Autor, 2012.
CORDEIRO, Paulo. Os Doces em Tabuleiros. Herança africana e portuguesa na cidade de Vigia. Ed. do Autor, 2018.
DOCUMENTO - Lista da junta Municipal de emancipação do dia 7 de maio de 1873. Encontra-se no arquivo da Sociedade “Cinco de Agosto”, na cidade de Vigia.
CONSTITUIÇÃO Federal Brasileira de 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 20 de jan. 2019.
DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação na América Latina. São Paulo: LAYOLA, 1977.
INGOLD, Tim. Estar vivo: ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
INGOLD, Tim. Introdução a O que é um animal? Antropolitica. 2007.. Disponível em: www.uff.br/antropolitica/revistaantropoliticas/revista_antropolitica_22.pdf. Acesso em: 17 de dez. 2019.
JORNAL Gazeta da Vigia, 08 de fevereiro de 1925. Ano I, n. XIII, p. 02. Encontra-se no Arquivo da Sociedade Beneficente “Cinco de Agosto”, (cidade de Vigia).
JORNAL O Farol, Cidade de Vigia, abril de 2012, Ano 01 – nº: 08 – p. 6.
KOFES, S. Mulher, mulheres: identidade, diferença e desigualdade na relação entre patroas e empregadas domésticas. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2001. 46 (BINZER apud KOFES, 2001, p.134).
LEAL, Luiz Augusto Pinheiro. As Composições do Uirapuru: experiências do cotidiano expressas em letras do conjunto de carimbó de Verequete. Monografia de Especialização em Teoria Antropológica. Belém: UFPA, 1999
PALHETA, Aércio. Vigia Ainda Ontem. Belém: Imprensa Oficial do Estado. 1995.
REVISTA, Agenda, cidade de Vigia, novembro de 2005. Ano 01 – n. 01 – p. 20.
SALLES, Vicente. O negro no Pará, sob o regime da escravidão. Belém: IAP; Programa Raízes, 2005. 3ª Ed. rev. ampl.
SOARES, Cecilia Moreira. Mulher negra na Bahia no século XIX. 1994. 126f. Dissertação (Mestrado em História) Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador/BA, 1994.
THOMPSON, Edward P. Senhores e caçadores. A origem da Lei Negra. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1981.
TUPINAMBÁ, Pedro. Carimbó. Revista Espaço. Belém. Ano 01 – nº 02 – novembro de 1971.
VELLOSO, M. P. As tias baianas tomam conta do pedaço: espaço e identidade cultural no Rio de Janeiro. In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 3, n. 6, p. 211, 1990.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Assunção José Amaral, Raimundo Paulo Monteiro Cordeiro
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.