UM PATRIMÔNIO DO MEDO BRANCO:
HISTÓRIAS E REPRESENTAÇÕES NO PAVILHÃO ANEXO LUCAS DA FEIRA MUSEU CASA DO SERTÃO/UEFS
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.5.1-8Palavras-chave:
Lucas da feira, Educação, MuseuResumo
O presente trabalho se propõe a discutir as representações das experiências do povo negro, encontradas no Pavilhão Anexo do Museu Casa do Sertão/UEFS. Nomeado de Lucas da Feira, em referência ao escravizado filho de africanos, o Pavilhão Anexo construído em 1997, contém médias e grandes peças, artefatos culturais do universo escravista interiorano e pedaços de narrativas que encenam fragmentos dos passados feirenses e circunvizinhos, com a presença de uma destacada cultura material do trabalho de pessoas pretas e pobres do interior baiano. Configurado como espaço informal de saber, marcado por interesses e disputas, o Pavilhão Lucas da Feira tem relações com um mapa complexo de rupturas e repetições a respeito de como as histórias e representações do povo negro são cultivadas e dadas a ver numa sociedade racista. Recorrendo aos estudos de Nila Rodrigues Barbosa, Bell Hooks, Roger Chartier e Durval Muniz de Albuquerque, foi possível situar o que identifico aqui como um subjacente projeto racial no Museu Casa do Sertão/UEFS.
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