MOMENTO DE GUERREAR E MOMENTO DE PACTUAR
O CASO DOS AKROÁ E XAKRIABÁ
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.4.2-5Palavras-chave:
Populações indígenas brasileiras, Guerra – século XVIII, PactosResumo
O intuito deste trabalho baseia-se na busca pela compreensão de uma realidade entre os povos indígenas e luso-brasileiros durante o século XVIII, período em que as principais atividades eram as guerras, as negociações e os pactos, que são evidenciados em manuscritos e referências historiográficas por meio do contato entre dois povos Akroá/Xakriabá e os luso-brasileiros na região norte da antiga capitania de Goiás. Para analisarmos melhor esse período, é necessário que mergulhemos em referenciais teóricos, utilizando autores cujas reflexões versam sobre a guerra indígena, os pactos, as negociações e a criação de uma representação e de um imaginário voltados, majoritariamente, para uma visão completamente eurocêntrica dessa parcela populacional do “Novo Mundo”. Esses trabalhos foram importantes para compreender como se estabeleceu a construção da imagem dos povos indígenas brasileiros a partir de uma documentação fortemente influenciada por padrões eurocêntricos. Desse modo, este trabalho visa trazer o papel dos indígenas como os principais sujeitos e atuantes da própria história.
Referências
APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Os Akroás e outros povos indígenas nas fronteiras do Sertão – Políticas indígena e indigenistas no norte da capitania de Goiás – Século XVIII. Goiânia: Kelps, 2006.
BURKE, Peter. Cultura popular na idade moderna. Companhia das letras. São Paulo, 1989.
CASTRO, Eduardo Viveiros de. No Brasil, todo mundo é índio, exceto quem não é. Sócio Ambiental. São Paulo: Brasília: Instituto Socioambiental, ago. 2006. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/files/file/PIB_institucional/No_Brasil_todo_mundo_%C3%A9_%C3%ADndio.pdf. Acesso em 20 dez. 2020.
CUNHA, Manuela Carneiro da. História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras: FAPESP, 1992.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Índios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
CUNHA, Manuela Carneiro da; VIVEIROS, Eduardo de Castro. Vingança e temporalidade: os Tupinambá. Journal de la Societé des Américanistes, Paris, tomo 71, p. 191-208, 1985. Disponível em: http://www.persee.fr/doc/jsa_0037-9174_1985_num_71_1_2262. Acesso em 20 dez. 2020.
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência: a guerra nas sociedades primitivas. In: CUNHA, Manuela Carneiro da; VIVEIROS, Eduardo de Castro. Arqueologia da violência: pesquisas de antropologia política. São Paulo. Cosac Naify, 2011. p. 158-187.
FERGUSON, R. Brian; WHITEHEAD, Neil L. Preface. In: ______. War in the tribal zone: expanding states and indigenous warfare. Santa Fe: School of American Research, 1992. p. 37-39.
FREITAS, Ludmila Gomides. O sal da guerra: padre Antônio Vieira e as tópicas teológico jurídicas na apreciação da guerra contra os índios. 2014. 311 f. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2014.
FUNARI, Pedro Paulo; PIÑON, Ana. A temática indígena na escola: subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2011.
FAUSTO, Carlos. Da inimizade: forma e simbolismo da guerra indígena. In: NOVAES, Adauto. A outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 251-282.
GARCIA, Elisa. Quando os índios escolhem os seus aliados: as relações de “amizade” entre os minuanos e os lusitanos no sul da América Portuguesa (c. 1750-1800). Varia História, Belo Horizonte, v. 24, n. 40, p. 613-632, jul./dez. 2008.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Guerra e comércio entre os índios da América do Sul. In:
SCHADEN, Egon. Leituras de etnologia brasileira. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
MONTEIRO, John Manuel. Unidade, diversidade e a invenção dos índios: entre Gabriel Soares de Sousa e Francisco Adolfo de Varnhagen. Revista de História, São Paulo, v. 149, p. 109-137, 2003.
MORI, Robert. Os aldeamentos indígenas no Caminho dos Goiases: guerra e etnogênese no sertão do Gentio Cayapó (Sertão da Farinha Podre) séculos XVIII e XIX. 2015. 232 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2015.
PERRONE-MOISÉS, Beatriz. Índios livres e índios escravos: os princípios da legislação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVIII). In: CUNHA, Manuela Carneira da (org). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras: Secretaria Municipal de Cultura: FAPESP, 1992. p. 115-132.
SAHLINS, Marshall David. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista em Favor de Igualdade Racial
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.