CONSTRUÇÃO DO MITO LUÍSA MAHIN A PARTIR DOS FRAGMENTOS DE MEMÓRIA DO LUIZ GAMA
DOI:
https://doi.org/10.29327/269579.4.1-15Resumo
Este artigo tem como objetivo descrever a construção de um mito: Luísa Mahin; a partir dos registros escritos por Luiz Gama, intelectual autodidata do século XIX, filho da ilustre Luísa. Segundo o próprio Luiz Gama, a convivência com sua mãe se deu nos primeiros sete anos, dos seus cinquenta e dois vividos. Por conta do pouco tempo em que estiveram juntos, é possível presumir que muitos desses relatos se deram por fragmentos de sua memória. A partir das palavras de Gama, mesmo sem comprovações históricas, nasceu Mahin; uma mãe que nascera do próprio filho. Conforme suas próprias palavras, era filho de uma negra africana de nome Luísa Mahin, uma mulher forte e plural, que foi quitandeira laboriosa e também revolucionária em insurreições escravas. A riqueza de detalhes, com a qual descreve sua mãe, gera, mesmo sem comprovações históricas, um efeito de veracidade e consequentemente uma crença em sua existência. Além da carta, ela também aparece em versos de alguns poemas de Gama, o que também revela sua figura como inspiração para filho, principalmente nas obras em que aborda sua luta pela abolição e libertação de negros escravizados. O mito Luísa Mahin, é hoje evocada pelo movimento negro, atendendo a uma demanda que busca o protagonismo negro na história do País, e em especial, a necessidade de valorização da mulher negra na história.
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