UM CONTO DAIMISTA/AMAZÔNICO/AYAHUASQUEIRO
Resumo
Apresento um recorte da/diálogo com a pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade, da Universidade Federal do Acre; pesquisa publicada no livro “O Orador do Mestre Raimundo Irineu Serra: Diálogos, Memórias e Artes Verbais” (MENDONÇA; NASCIMENTO 2019). O objetivo, no presente artigo é trazer à tona “gotas” da poesia oral de Luiz Mendes do Nascimento, ancião nascido no seio da Amazônia acreana e conhecido como o orador do Mestre Irineu. E empreender uma breve análise cultural do conto transcrito. Olhando pelas lentes dos Estudos Culturais (HALL, 2003; WILLIAMS, 1979), de estéticas surgidas a partir das diásporas (HALL, 2003), da epistemologia da Ayahuasca (ALBUQUERQUE, 2011); e colocando em cena o corpo, com suas memórias, poética, gestos e voz (ANTONACCI, 2014; ZUMTHOR, 1993; 2005; 2010) percebo as memórias narradas de Luiz Mendes como artes verbais; literatura oral daimista, ayahuasqueira e amazônica; “performances e literaturas insurgentes” que subvertem “sistemas de avaliações e classificações” da modernidade norte ocidental. Sob a ótica dos Estudos Culturais, ao invés de ser lida a partir das lentes etnocêntricas, essencialistas e dicotômicas da modernidade ocidental, a literatura oral amazônica-daimista-ayahuasqueira que procuro fazer ecoar (a saber os contos e cantos de Luiz Mendes) é entendida como “repertório de resistência” (HALL, 2013).
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