REVOLTA DA CHIBATA: UMA ANÁLISE DESTE CONTEÚDO NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA

Autores

  • Márcia Costa Pinheiro Universidade Federal do Acre
  • Eumar Conde de Queirós Junior Universidade Federal do Acre

Palavras-chave:

Revolta da Chibata. Racismo. Livro didático.

Resumo

O presente trabalho é uma análise de como a Revolta da Chibata é apresentada nos livros didáticos de História, aprovados pelas três últimas edições do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) para as escolas de Educação Básica do Ensino Fundamental II. O objetivo deste trabalho é compreender de que forma este conteúdo vem sendo abordado nos livros didáticos em estudo, uma vez que a Lei 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira, reforçando a necessidade do conteúdo em análise, como parte não apenas da história de nosso país, mas também como parte da história dos negros no Brasil. Este trabalho analisará as revoltas do início da República Brasileira, buscando compreender a inserção da Revolta da Chibata (1910) neste contexto, que foi uma revolta promovida por marinheiros, no Rio de Janeiro, contra os castigos corporais que recebiam como resquício da escravidão, mesmo esta tendo sido abolida há anos atrás. Segundo Nascimento (2008), a revolta não foi uma simples luta contra a chibata, mas reivindicações dos marinheiros por um projeto de melhorias das condições de trabalho e de carreira, que eram ainda muito ligados ao sistema escravocrata. Sendo assim, este trabalho busca perceber como a Lei 10.639/2003 vem sendo inserida no livro didático através de conteúdos que podem reportar-se à temática da referida Lei, numa tentativa de promoção de igualdade racial no ambiente escolar através da prática docente, bem como demonstrar a construção do racismo no Brasil.

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Publicado

2018-08-18

Como Citar

Pinheiro, M. C., & de Queirós Junior, E. C. (2018). REVOLTA DA CHIBATA: UMA ANÁLISE DESTE CONTEÚDO NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA. Revista Em Favor De Igualdade Racial, 1(1), 102–115. Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/RFIR/article/view/1997