A PARTICIPAÇÃO FEMININA NO NÚMERO DE PROFISSIONAIS FORMADOS NO CURSO DE GEOLOGIA DA UFAM
Abstract
No decorrer do tempo, transformações sociais deram às mulheres espaço no campo de trabalho assalariado, quando foram idealizadas profissões específicas voltadas a elas, que consistiam em ocupações que fossem extensão da vida doméstica. Para o exercício da profissão do geólogo, geralmente, exige-se espírito de liderança para tomada de decisões; raciocínio para prospecção e exploração mineral em superfície e minas subterrâneas; praticidade para o uso de explosivos e martelos geológicos na amostragem de rochas onde, tais funções pouco remetem à figura feminina, o que traz à profissão um estereotipo masculinizado. As práticas de campo no curso de Geologia requerem condicionamento físico, visto que, em parte se faz necessário trabalho braçal para coletar amostras, alcançar afloramentos de difícil acesso e caminhadas. Assim, este contexto de atuação foge dos padrões dados como “trabalho de mulher” motivando-nos a realizar esta pesquisa. O objetivo foi contabilizar o número de mulheres que finalizaram o curso de geologia na UFAM no período de 1981 a 2019 e, comparar com o número de homens que realizaram o mesmo feito, no intuito de observar a discrepância entre os dois e analisar o estereotipo da profissão no decorrer desse período. Para isto, foi realizado uma busca dos concluintes em arquivos
digitais da Pro Reitoria de Ensino/UFAM, por meio do coordenador do curso, e observação dos quadros expostos no prédio do DEGEO contendo os nomes dos formandos. Em arquivo digital havia registro, somente, a partir do ano de 2005. Nos anos anteriores os nomes foram identificados por meio dos quadros nos corredores. A partir dos nomes identificados, filtrou-se a quantidade de homens e mulheres graduados em cada ano e, em planilha excel, criou-se gráficos comparativos. Como resultado, observou-se que de 1981 a 1985, a presença feminina era de apenas 20% dentre os formados, quando a “cara” feminina no curso era inexpressiva. Em contrapartida, os anos de 1998 a 2002 foram marcados pela forte presença feminina, quando a porcentagem de mulheres graduadas ultrapassa a de homens alcançando 64%. Entretanto, do ano subsequente até 2019, a participação feminina retrocedeu a 45%. Como conclusão, viu-se que o número de geólogas formadas na UFAM, ainda não está equiparado ao número de geólogos e, a infere-se que o estigma da masculinidade atrelado à geologia
ainda perdura, sendo, ainda um grande desafio elevar a presença de discentes femininas nas ciências para que mulheres tenham representatividade dentro da profissão e sejam acolhidas de forma igualitária.
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