TENDÊNCIA DE MORTALIDADE MATERNA EM RIO BRANCO, ACRE,1996-2013

Autores

Palavras-chave:

1.Mortalidade Materna 2. Tendências 3. Registros de mortalidade

Resumo

Objetivos: analisar tendência temporal de mortalidade materna em Rio Branco, Acre, referente ao período de 1996 a 2013, segundo faixa etária de risco gestacional, escolaridade e raça/etnia. Metodologia: Utilizou-se os dados do Sistema de Informação de Mortalidade, conforme a CID10ª revisão; A taxa de mortalidade materna, foi calculada utilizando como numerador o número de óbitos por causas maternas (Capítulo XV – CID 10) e como denominador o número de nascidos vivos registrados pelo Sistemas de Informações sobre Nascido Vivos para o ano em questão, multiplicado por 10 mil. Devido à possibilidade de eventual subregistro no sistema, utilizou-se o fator de correção da taxa de mortalidade de 1,4 recomendado pela OMS. Para suavizar a série histórica em função da ausência dos dados de nascidos vivos em alguns dos anos estudados foi realizada média aritmética dos dois anos anteriores e posteriores dos referidos anos. A análise de tendência foi realizada pelo programa JoinPoint Regression do National Cancer Institute, desenvolvida segundo o método de regressão linear segmentada com estimação dos pontos de inflexão que indica uma mudança na tendência. O teste baseia-se no cálculo da inclinação do segmento de reta, ou variação percentual anual (VPA) com intervalo de confiança de 95%. Resultados: Ocorreram 2.173 óbitos maternos (1996-2013).  A tendência de mortalidade materna em Rio Branco se mostrou elevada e manteve um comportamento ascendente (p-valor <0,05), com VPA de 7,66% na faixa etária de 10 a 19 anos e 7,41% naquelas de 35 anos ou mais; 7,47% nas pretas/pardas; 7,05% no estrato de nenhuma instrução; 14,43% 1 a 3 anos de estudo; 11,74% em mulheres com 4 a 7 anos de estudo; 68,33% no estrato de 8 a 11 anos de estudo (1996 a 2001) e -9,24% com 12 anos ou mais de estudo (1996 a 2007). Conclusão: Identificou-se as tendências de mortalidade materna em Rio Branco, além de descrever o perfil sociodemográfico com tendência ascendente e, com as maiores variações percentuais anual em mulheres de faixa etária de risco gestacional, raça/etnia pretas/pardas e com pouca instrução. Sugere-se a necessidade de realização de novas pesquisas, para identificar as tendências das TMM segundo as causas obstétricas diretas e indiretas de mortes maternas.

Biografia do Autor

Tamires Sales de Andrade, Universidade Federal do Acre

Acadêmica do Curso de Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal do Acre.

Polyana Caroline de Lima Bezerra, Universidade Federal do Acre

Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Acre. Doutoranda do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública - ESNP/Fiocruz. Docente do Departamento de Ciência da Saúde e do Desporto da Universidade Federal do Acre.

Referências

REFERÊNCIAS

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2017-12-27

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Artigo Original