TY - JOUR AU - Collares, Regiane AU - Celestino de França Júnior, Luis PY - 2020/11/09 Y2 - 2024/03/28 TI - TINTA BRUTA: A ARTE QUEER DO FRACASSO E A LUZ DOS VAGA-LUMES NO CINEMA JF - TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN: 2358-212X) JA - Tropos VL - 9 IS - 2 SE - Dossiê - Potências políticas do pop: gênero e ativismo na cultura pop DO - UR - https://periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/3866 SP - AB - <p>O artigo apresenta uma reflexão sobre o filme <em>Tinta Bruta</em> (2017), ganhador do <em>Teddy Award de 2018, </em>principal prêmio cinematográfico LGBTQ, dos diretores brasileiros Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, buscando tematizar a partir deste filme as perspectivas de gênero assentadas em lugares comuns, em estereótipos gloriosos e objetos de identificação. Procuraremos abordar também de que modo a cultura pop, historicamente vinculada ao marketing, à publicidade, ao entretenimento, enfim, aos produtos artísticos que visam o grande público, pode abrigar discussões ligadas aos corpos dissidentes, inadaptáveis, fracassados, inadequados, ou seja, àqueles que traçam seu caminho negativamente fora da curva das premissas triunfantes do cenário cultural. É na dimensão de uma arte <em>queer</em> do fracasso, designação cunhada pelo autor transgênero Jack Halberstam, que identificamos o filme <em>Tinta Bruta</em>, pois, além de se tratar genuinamente de uma história de fracasso, o roteiro livra o público a partir do drama pessoal do protagonista de cair em uma visão derrotista da vida devido aos reveses e infortúnios apresentados ao longo desta produção cinematográfica. <em>Tinta Bruta, </em>tal como as luzes dos vaga-lumes identificadas por Didi-Huberman nos filmes de Pasolini, nos remete a existências mínimas que emanam uma luz evanescente de possibilidades inventivas, da descoberta de uma potência política a partir de modos de vida que escapam da captura das lógicas do consumo e dos ditames do sucesso a qualquer preço.</p> ER -