RESTRIÇÕES À ACESSIBILIDADE DAS CONSTRUÇÕES RELATIVAS EM LÍNGUAS DOS TRONCOS TUPI E MACRO-JÊ

Autores

  • Gabriela Oliveira-Condinhoto Universidade Federal do Acre

DOI:

https://doi.org/10.29327/212034.7.1-7

Palavras-chave:

Oração relativa, Línguas indígenas, Acessibilidade

Resumo

Este trabalho objetiva descrever e discutir as restrições à acessibilidade das orações relativas em línguas Tupi e Macro-Jê, buscando evidências que confirmem a revisão da Hierarquia de Acessibilidade de Keenan e Comrie (1977) proposta por Dik (1997). O trabalho pioneiro de Keenan e Comrie (1977) elege critérios essencialmente sintáticos para definir as restrições à acessibilidade das orações relativas, critérios esses facilmente criticáveis à luz de teorias de base funcionalista, que não admitem nem a supremacia nem a independência da sintaxe para a determinação dos processos linguísticos. Desse modo, as críticas à HA de Keenan e Comrie (1977) dizem respeito tanto a razões empíricas – algumas línguas não dispõem nenhuma forma de se construir orações relativas –, quanto a razões teóricas – as funções sintáticas não são universalmente relevantes. O material de análise é composto por oito línguas indígenas brasileiras e conta com descrições previamente feitas, como gramáticas e outros manuais descritivos.

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Publicado

2019-06-30

Como Citar

Oliveira-Condinhoto, G. (2019). RESTRIÇÕES À ACESSIBILIDADE DAS CONSTRUÇÕES RELATIVAS EM LÍNGUAS DOS TRONCOS TUPI E MACRO-JÊ. Muiraquitã: Revista De Letras E Humanidades, 7(1). https://doi.org/10.29327/212034.7.1-7

Edição

Seção

DOSSIÊ