TEMPORALIDADE EK-STÁTICA E CLÍNICA FENOMENOLÓGICA:
DO EREIGNIS DE HEIDEGGER À DASEINSANÁLISE DE BOSS E A CRÍTICA À HISTORIOGRAFIA
Palavras-chave:
Heidegger; Daseinsanálise; Temporalidade.Resumo
Este artigo investiga a relação entre a concepção heideggeriana de temporalidade, especialmente no horizonte do Ereignis, e a clínica daseinsanalítica de Medard Boss, em oposição às leituras historiográficas que absolutizam o passado como parâmetro para o presente. Argumenta-se que tal postura gera um colapso temporal que afeta tanto a cultura quanto a clínica, produzindo narrativas anacrônicas e sujeitos aprisionados em temporalidades rígidas. A partir do diálogo entre filosofia e psicoterapia, defende-se que nem a clínica deve restringir-se à reparação do passado, nem a historiografia pode compreender a história como sucessão factual. Ambas só podem ser autênticas quando reconhecem que cada época se funda na apropriação recíproca entre homem e ser, instaurada pelo Ereignis.
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