<b>CONVERSAS COM COTIDIANOS: COLONIALISMO, RESISTÊNCIA E INJUSTIÇA COGNITIVA EM ESCOLAS DE COMUNIDADE</b>

Autores

  • Jeferson Maske de Oliveira Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
  • Patrícia Ferreira de Abreu Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Currículo. Cotidiano. Resistência. Justiça Cognitiva. Redes de conhecimentos.

Resumo

Compreendendo a escola pública como lócus de formação humana e como espaço demarcado por embates políticos e culturais, o molde linear e hierarquizado das prescrições curriculares oficiais se manifesta na vida escolar dos sujeitos que a compõem de forma autoritária e classificatória, relegando para ramos desvalorizados os conhecimentos produzidos nos/dos/com os cotidianos. A modernidade trouxe consigo a concepção de um modelo epistemológico único, o que difere o conhecimento científico dos demais, subalternizando aquilo que é produzido no dia a dia e criando formas de desvalorização e injustiça cognitiva. A pesquisa objetiva, assim, investigar esses cotidianos invisibilizados pelo modelo hegemônico que rege os sistemas de ensino, delineando práticas curriculares emancipatórias que visem à igualdade e à justiça cognitiva entre os indivíduos. Contrapondo-se ao reducionismo, as pesquisas nos/dos/com os cotidianos nos trazem a impossibilidade de estabelecer um fim em si mesmo para as discussões apresentadas, mas oferecem caminhos para relações ecológicas entre conhecimentos visando a uma escola democrática e plural. 

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Publicado

2017-11-29

Como Citar

OLIVEIRA, J. M. de; ABREU, P. F. de. &lt;b&gt;CONVERSAS COM COTIDIANOS: COLONIALISMO, RESISTÊNCIA E INJUSTIÇA COGNITIVA EM ESCOLAS DE COMUNIDADE&lt;/b&gt;. Communitas, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 362–380, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/1427. Acesso em: 29 mar. 2024.